Cinco dias de carnaval, chuvosos, praticamente o tempo todo dentro de casa (com raras saídas pra cineminha, casa da vó, casa de amigos). Tempo cinza, frio, quase mofamos. Imunidade caiu, do filhote e da mãe barriguda. Mas até que nos viramos, sacudimos a poeira, nos divertimos como deu, driblando febrinhas e tals.
Feriado acabou, o filhote ainda tava assim-assim e decidi ficar com ele hoje o dia todo, porque na escolinha, né? Todo mundo de nariz escorrendo e a coisa não sara nunca. E tem a homeopatia. E tem a vontade de esticar mais um pouco esse tempo integral juntinho. E então ele ficou.
Mas a casa tava uma bagunça, pilhas de louças, roupas pra lavar e aproveitar o solzinho que resolveu aparecer pós-feriado, almoço pra fazer. Da metade da manhã em diante eu e Caio nos separamos: ele ficou brincando sozinho, eu fui pra forca cuidar da casa.
Almoço saiu tarde, filhote com sono, muito stress e poucas garfadas.
Fome+sono+doencinha: combinação explosiva. Caio dormiu quase a tarde toda, mas acordou péssimo. Chilicou, fugiu de mim, tentou me bater, usou todo o repertório punk dessa fase. Consegui que comesse algo, e a coisa foi melhorando. Pero no mucho.
Pai chegou com colega de trabalho, ajudaram a distrair bem, conseguiram que ele comesse mais um pouco. Humor ainda instável, mas brevemente domado pela atenção de 3 (ufa!). Homeopatia em ação. Mãe barriguda esbagaçada - física e psicologicamente.
Bem na hora do banho, depois de todo o árduo processo de convencimento (né, mães?), quis fazer cocô. Maravilha. Antes de limpar, um minuto de distração e o danado saiu pela casa. Sentou no chão. Mais tarde descobri que tinha passado também pelo sofá (Rá!).
Não aceita tomar banho, chilique monster. Dirige toda sua raiva a mim. Quer o pai.
Sou obrigada a ouvir que "ele devia ter ido pra escola, você não tá dando conta dele assim". A culpa é sempre da mãe (né não,
Dani?).
Tomo meu banho e vamos todos assistir um filminho. Sento ao lado do pequeno, puxo um papo: "tá de bem da mamãe?" Ele dá uma risadinha marota. Logo o pai sai e ficamos só nós. Dali a pouco ele está todo dengo-dengo de novo, deita no meu colo, vai ficando sonolento. O filme termina e a mãe aqui está chorando. Mas não, não pelo dia difícil, nem pela 'reconciliação' (!), mas de emoção com o filme mesmo... Toy Story 3!!!
Que tipo de pessoa, senão uma grávida, pra chorar assistindo uma animação com o filho, depois de um dia desses? (estão na minha lista de choros recentes também os filmes Carros, Nemo, Monsters e Toy Story 1).
Ponho o pequeno na cama com a certeza de que amanhã ele fica comigo de novo. E não, eu não sou louca. Sou uma grávida de 30 semanas, com todas as oscilações de humor que vêm no pacote, com um filho beirando os 3 anos, no auge das birras, falando feito gato e futucando o meu umbigo o dia todo (é
uma delícia, mas tudo em excesso cansa, afe!), doentinho e irritadiço, mas que é de longe minha melhor companhia (desculpa aí, amor!). E amanhã terá minha atenção integral, que nossa ajudante semanal estará aqui pra cuidar do resto.
E, não digo nada se não terminar o dia chorando ao assistir Os Incríveis ou A Fuga das Galinhas, indo dormir de alma lavada como agora. Amanhã vai ser outro dia (assim espero...).