segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O PAI BLOGOU!!!


E não é que o paizão deu uma de herói e conseguiu blogar, me entregando o texto às 23:29!!! Surpresa boa, alegria de ter suas palavras aqui, de compartilhá-las com vocês, de fazer parte dessa blogagem tão legal que motivou tantos pais a expressarem, de tantas formas, suas paternidades, nos emocionando tanto.

Obrigada, amor!!!

E então, com vocês, aquele mesmo pai do post anterior, alguns anos depois, e prestes a virar pai de dois... o papai Daniel, como diria o Caio...


Topando o desafio a pedidos.

Nunca foi muito tranquilo pra mim ver parte significativa da minha vida exposta aqui no blog, talvez porque esteja cada vez mais envolvido com trabalhos web e por ter certeza que as infos, fotos e vídeos podem servir a algo que não me agrade. O fato é que, gostando ou não, Thaís assumiu essa frente de comunicação como algo importante pra si e eu aprendi a respeitar.

Pra mim parece que tudo está meio grudado. A busca de informação, a decisão pelo parto domiciliar do Caio e a descoberta de uma mulher/mãe/blogueira. De alguma forma a blogosfera alimenta Thaís e a torna mais convicta de seus desejos.

O nascimento do Caio, no box da nossa casa, com a Thaís dependurada no meu pescoço, foi o momento mais mágico que vivi na vida. Vê-lo nascer ali, tão pequenino, me fez conectar com as forças profundas da natureza, e perceber que as coisas podem ser simples desde que respeitemos nossos próprios sentimentos.

Desde que peguei o Caio pela primeira vez no colo, anestesiado pela sensação de ser pai e de ter ele ali em minhas mãos, venho aprendendo com ele a escutar mais o que sinto, procurando sempre o meio mais simples de fazer as coisas, sem muitas intervenções e deixando as coisas encontrarem seus próprios lugares.

O Caio, assim como nosso segundo bebê - estamos com sete meses de gravidez - vem nos ensinando que uma parte cada vez maior da nossa vida não pode ser "muito planejada". E não podendo, quanto mais tentamos planejá-la maiores são as dificuldades que enfrentamos no dia a dia.

E aí está a crise da vida do homem/marido/pai, que pode ser descrita como o conflito entre, querer ficar/viver com o filho, querer ter uma vida social e sexual ativa com a mulher e querer ter grana para transformar as necessidades materiais da família em algo cada vez mais secundário no dia a dia.

Essa equação de três partes poderia, pelo que se aprende até ser pai, ser enfrentada com um bom planejamento pessoal e familiar, acontece que, agora pai, existe a necessidade de conviver alegre com a impossibilidade cada vez maior de se planejar. É mais ou menos como ter que remar contra a maré, com a canoa furada e tendo mais peso do que ela aguenta dentro, sem entender bem como, vai se acostumando ao fato de que mesmo a contra-senso ela sobe o rio.

E quando penso nisso vem o rostinho do Caio na cabeça e então tudo que parece ilógico faz instantaneamente sentido. Ser pai é ser feliz na felicidade do filho, vibrar com suas descobertas e na hora que a vida dificultar as coisas olhar pra ele e sorrir, sabendo que no fundo o mais importante está ali na sua frente, o resto de um jeito ou de outro a gente resolve.

BLOGAGEM COLETIVA - NÓS, OS PAIS (o golpe da reblogagem)




Maridão talvez não consiga produzir post fresquinho pra essa blogagem, o moço tá com uma agenda difícil, viu! E o tempo livre (que esteve raro nas últimas semanas - o bichinho tá ralando mesmo...) acaba sendo todo dedicado pra curtir filhote, esposa (quando ela não está dando piti), amigos, cuidar da casa... Enfim, curtir a vida real. Mas, quem sabe, ainda role... daí eu posto mais tarde aqui, ok?

De todo modo, como achei essa ideia da blogagem MUITO LEGAL, afinal, é sempre bom ver a paternidade pelos olhos deles, são outros aprendizados de mãe, vou dar uma de espertinha e republicar um texto feito pelo paizão em resposta a um post meu, um pouco antes do Caio completar oito meses fora do barrigón. Um texto que mostra o outro lado da moeda, que foi um grande alerta, para mim, sobre a "difícil arte de saber compartilhar a maternidade"...

Com a palavra, o pai que se construía há pouco mais de dois anos atrás.

ENTRE A RAZÃO E O INSTINTO

Minha sensação neste período de quase oito meses como pai, marido e homem é que tenho vivido diferentes momentos, na maioria das vezes muito bons, mas que de alguma forma oscilam radicalmente entre a razão e o instinto. Isso já era perceptível antes mesmo do Caio nascer. Se bem que nesta fase pré-natal este convívio era, pelo menos para mim, muito mais um acompanhamento, um aumento do companheirismo e um grande exercício de tolerância.

Depois do nascimento, minha compreensão sobre o instinto humano e os cuidados com a cria se transformou completamente, mudando inclusive minha maneira de ver o mundo que me cerca e conseqüentemente a maneira de me inserir neste mundo. Toda esta mudança trouxe consigo os gostos e desgostos de uma nova fase, com novos compromissos, necessidades e demandas. Como diria um amigo: “Bem vindo ao mundo selvagem!”.

Os processos que ocasionaram estas mudanças em mim estão intimamente ligados à maneira como a vinda do Caio se deu e como lidamos com ele desde então. Desde o fato de na hora do parto segurar a Thaís pendurada em meu pescoço, mesmo tendo uma grave lesão na coluna, adquirida quinze dias antes, até ver meu filho nascer no boxe do nosso banheiro, em seguida conversar com ele para então decidir seu nome, dar o primeiro banho de sua vida, e daí por diante, passando por fraldas, trocas de roupas, banhos, acalentos e todos os outros tratos que biologicamente um homem pode prover seu filho.

Tenho convicção que várias das transformações que me ocorreram têm relação direta com uma interação maior com o instinto humano, ao mesmo tempo que reconheço em meu cotidiano uma forte racionalidade que constrói meus atos. Minha relação com o Caio é permeada pelo instinto e pela razão, já a relação da Thaís com ele é dominada pelo instinto, com lampejos de razão. Com todas as mudanças em nossas vidas o mais difícil está em reencontrar o equilíbrio que existia na relação entre eu e ela. Ao mesmo tempo em que ela é puro instinto, em determinados momentos seu comportamento chega a ser quase irracional, de tanto procurar emplacar uma “dita” racionalidade, como por exemplo na sua intenção de construir forçosamente uma rotina para o Caio e conseqüentemente para mim. Do instinto do choro, do acalento e da proteção, surge uma irredutível personalidade que institui a realidade ao seu entorno. Ufa!!! Como diz o ditado: “rapadura é doce mais não é mole não”.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O MISTÉRIO DA GUITARRA VERDE


Filhote acordou outro dia pê da vida (estávamos dormindo juntinhos na mesma cama). E eu, um olho aberto outro fechado, não conseguia entender o que estava acontecendo; eu tentava falar com ele mas ele estava bravíssimo, esperneando, incomunicável. Até que, com muito custo (e paciência de jó), eu consegui entender uma frase desconexa: "cadê a guitarrinha, cadê a guitarrinha?" Sem entender patavina, arrisquei: "que guitarrinha, filho?" Ao que ele respondeu, aos prantos: "A guitarrinha que eu tava tocando, eu tava tocando ela, cadê!"

Nessa hora, achei que tinha tido uma super sacada, pois lembrei que dois dias atrás ele tinha brincado de "guitarrinha" com uma escova de dentes, antes de dormir, e falei: "Ah, a guitarrinha! Mamãe vai pegar, ela tá no banheiro". E trouxe a escova de dentes toda alegrinha, crente que ia abafar. Mas o neguinho ficou ainda mais puto, começou a estrebuchar, pegou a escova e atirou longe, gritando enlouquecido: "essa não, a guitarrinha verde, a guitarrinha verde do Ben 10!"

Close na cara de tacho da mãe. Hein??? Guitarrinha do Ben 10? "Que guitarrinha do Ben 10, filho, você não tem..." "Aquela, aquela verde, que tava no vidro".

Espirais coloridas psicodélicas entram em cena para a mãe decifrar o mistério da guitarrinha verde no vidro. Túnel do tempo, UM MÊS atrás, fatídica ida ao shopping, dia que entrou pra história como o de nossa primeira "briga" (tô com um post sobre o tal dia no rascunho, não tive coragem de terminar, mas enfim), dia no qual ele viu uma bendita guitarrinha do Ben 10 na vitrine de uma loja. E eu que achei que ele tinha esquecido, e a tal guitarrinha não vem nos atazanar em plena manhã ensolarada?

Percebi que ele falava, emputecido, "cadê a guitarrinha verde? eu estava tocando ela, eu estava tocando ela". E, plin!!! Mãe com sono demora pra cair a ficha... Ele estava SONHANDO com a tal guitarrinha (eu mereço!), e ficou PUTO de acordar e não encontrar a dita cuja do seu lado... Daí vai a mamãe, com toda paciência matinal, cheia de pedagogia de travesseiro, explicar pra ele:

- Filhote, deixa a mamãe te contar uma coisa. (ele berrando, mas me fiz de sonsa) Você estava sonhando... Você sabe o que é um sonho? (nessa hora ele parou, me olhou fixamente, como que tentando perceber se eu tava dando uma de louca ou se era sério. Se convenceu que era sério e prestou atenção. Respondeu que não com a cabeça) Um sonho é uma historinha que a gente inventa na nossa cabeça. Uma historinha que a gente inventa quando está dormindo. E, às vezes, a historinha é tão boa, que parece que aconteceu de verdade, e aí, quando a gente acorda, fica bravo de descobrir que era um sonho... Por isso não tem guitarrinha aqui, entendeu? Ela tava no seu sonho...

E não é que funcionou? Ele olhou pra mim, repetiu a palavra "sonho", se espreguiçou, abriu um sorriso (ufa! é triste constatar que ele herdou meu mau humor matinal, mas, fazer o quê...) e deu um beijo na minha barriga. E o dia começou de novo, beeem melhor.


(no fim do dia, quando o pai voltou de viagem, eles foram tomar banho juntos. Depois, marido veio me contar, maravilhado, como era incrível a transformação do pequeno em apenas alguns dias que ele ficou fora, como a gente não percebe da mesma forma no dia-a-dia, e tal e coisa... Falou sobre "avanços cognitivos" e tudo, gente! E eu lá, intrigada: "mas o que aconteceu, de tão diferente, pra você estar tão maravilhado?" Aí ele contou que, no banho, o Caio veio com essa, todo todo: "Papai, vou te contar uma coisa, você quer saber? Eu tive um sonho, foi uma história na minha cabeça"......... Ele, que não sabia de nada, ficou ainda mais maravilhado quando contei tudo o que tinha acontecido de manhã.)


Agora, pra terminar: PORQUE RAIOS ESSE PENTELHO DO BEN 10 FOI APARECER NA NOSSA VIDA? Alguém pode me explicar? Gente, eu não tenho tv a cabo, não tenho o tal canal onde passa esse desenho, não sei nem o que esse personagem faz - mas tenho a impressão que ele não é dirigido a crianças tão pequenas como o Caio -, COMO FOI QUE MEU FILHO VIDROU NESSE BENDITO? Tá certo que há quase um ano atrás, quando fez aniversário, ele ganhou de um amiguinho uma camiseta do fofitcho, e também umas cuequinhas da vovó, e SÓ. Depois, só pode ser de ver coisas na escolinha - mochilas, sandálias, estojos e o c... a quatro - e pronto, TUDO O QUE ELE VÊ QUE TEM O DITO CUJO - acho que vou fazer que nem o Harry Potter, e parar de pronunciar o nome "dele" aqui em casa - ELE QUER... Mas daí a SONHAR COM A TAL GUITARRINHA... crueldade demais com o inconsciente do moleque, né não, gentes??? E com o consciente da mama que vos fala...................... suspiro e fim.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PATERNIDADE ATIVA


Acabei de ver as postagens do Hilan e do Neural e aderi instantaneamente à campanha Dá licença, eu sou o pai!, pelo direito à licença paternidade de um mês, lançada em janeiro pelo Instituto Papai.

Um mês, gente, muito pouco ainda, mas uma ampliação significativa dos ridículos 5 dias a que os pais têm direito atualmente!




Aliás, coinciência ou não, a blogagem coletiva Nós, os pais, proposta pelas cumádis tuiteiras, vem a calhar com essa campanha! Maridão tá viajando, mas quando ele chegar vou intimar a participar também.

E um salve à paternidade ativa!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

HISTORINHAS PRA MÃE DORMIR... MENOS NOIADA



Hoje, em um momento de prosa só nossa, aquele patati patatá de mãe e filho, Caio começou a me contar umas historinhas, misturando referências reais e imaginárias, que, além de me divertirem muito, me ensinaram um pouco mais sobre a incrível capacidade dos pequenos de elaborarem os aprendizados, as vivências, e também as influências e estímulos (nem sempre positivos) que o mundo lhes oferece o tempo todo.

Essas historinhas, que vou tentar registrar aqui do jeito que der pra lembrar, acalmaram um pouco minhas angústias recentes sobre as primeiras pressões de consumo que começaram a atingir o Caio desde o fim das férias e, principalmente, após o retorno da escolinha, com a profusão de mochilas, tênis, camisetas e etecétereas que ele passou a ver - e, de certo modo, desejar, ainda que inconscientemente. Isso é assunto que venho matutando nos últimos tempos, e as reflexões de mães como a Taís, a Carol, a Paloma e a Lia têm me ajudado bastante.

Mas, vamos às historinhas:

Era uma vez, o Ben 10. O Ben 10 e o homem aranha. Ele ajudou o homem aranha a fazer uma teia. Daí....... eles foram viajar! Pra beeeem longe. E encontraram a capoeira e o berimbau. Aí, o Ben 10 começou a tocar berimbau, mas ele tocava de regional.

(...)

Vou contar outra mamãe, vou contar outra. Era uma vez, um homem aranha. Ele foi passear na floresta, e encontrou, sabe quem? Sabe quem, mamãe? O tamanduá! O tamanduá e o lobo, mas o lobo era pequenininho. Era amigo do tamanduá. E todos brincaram na floresta.


Não é demais, ver como referências tão diferentes se misturam de um jeito todo especial? Como elementos que parecem estar em universos opostos se combinam e ganham um sentido novo, próprio de cada criança? Fiquei maravilhada, e acho que não é coisa de mãe coruja, é??? Rá!


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

VIVA A DIVERSIDADE (MATERNA)

A Camila, blogueira inteligente do Mamãe tá ocupada, escreveu um post essa semana que foi como um desabafo com algo que ela (e pelo jeito muitas mães internautas) consideram uma espécie de "bullying" materno. Mães que estariam contra mães, querendo impôr suas verdades e humilhando e diminuindo aquelas que seguem caminhos diferentes.

Eu, sinceramente, nunca senti isso nesses 2 anos e pouco de blog, nem durante o período da gestação, quando participei de algumas listas de discussão. Mas devo dizer que não é a primeira vez que vejo outras mães falando sobre isso, e parece que, com o 'advento' (bonito isso, não) do twitter e do facebook, as discussões maternas têm se tornado mais acaloradas. Como estou por fora dessas mídias (pelo menos por enquanto), não sei bem o que rola por lá, mas já vi outras blogueiras (como a Mari, do Viciados em Colo) também questionando a abordagem de algumas mães tuiteiras.

É fato que os temas da maternidade, em especial o parto e a amamentação, rendem muitas discussões, não apenas entre mães, mas também entre profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos, etc). E isso, na minha opinião, é muito bom, pois novas pesquisas vão sendo feitas e debatidas, tabus vão sendo derrubados, outras práticas se tornam possíveis. Acho que o problema, como a Camila tentou apontar, é quando isso deixa de ser um debate saudável e vira um embate, com lados opostos que se atacam gratuitamente, sem procurar verdadeiramente dialogar. O conflito, na minha opinião, é saudável, enriquece a sociedade. O quebra-quebra aleatório, não.

A Camila parte do argumento de que hoje, com o excesso de informação proporcionada pela net, a maternidade teria virado um grande check list dos "TEM QUE": tem que fazer isso, tem que ter aquilo, tem que saber sobre aquilo outro. Ela cita itens desses "TEM QUE" como sendo parte de um "enxoval obrigatório" que estaria sendo imposto às mães em geral:

"Você TEM que amamentar no peito exclusivamente por 6, 8, 10 meses; você TEM que ter parto normal (humanizado?); você TEM que alimentar o seu filho apenas com alimentos orgânicos quando ele deixar de mamar no peito, você TEM que ouvir música clássica durante a gravidez; você TEM que manter o seu filho bem longe do açúcar até ele completar 2 anos; TEM que fazer muitas outras coisas, senão?? Senão o quê?"

Eu discordo da Camila em alguns aspectos, como comentei lá no post. E me animei a fazer esse post também, justamente porque concordo com ela no essencial do seu post: cada mãe e cada filho são únicos, e, portanto, cada forma de maternar também. E é justamente isso que faz, na minha opinião, a blogosfera e as trocas digitais entre mães valerem a pena, pois sempre temos algo a trocar, algo a aprender. Como eu falei lá no comment, e repito aqui: opiniões e experiências diferentes existem e sempre vão existir, a grande questão é: estamos dispostas a compartilhar, dialogar e respeitar as diferenças?

Vejamos meu caso, por exemplo: eu QUIS ter parto normal. Descobri as listas e sites sobre parto e me joguei de cabeça. Procurei uma médica com quem pudesse dialogar sobre isso aqui onde moro (foi difícil achar). Descobri as doulas, e, melhor, que havia uma na minha cidade. Em um ponto crucial da gestação, minha médica me afirmou o que eu já havia intuído: eu não conseguiria um parto como queria com a estrutura hospitalar da minha cidade. Propus irmos para uma cidade vizinha, mas ela não topou. Eu já conhecia o parto domiciliar, através dessas listas e sites, e ele passou a ser uma opção. Falei com pessoas que já tinham tido a experiência, conversei com médicos e enfermeiras que faziam o parto em casa, achei uma enfermeira obstetra aqui na minha cidade. E optei conscientemente e deliberadamente por este tipo de parto. Quanto à amamentação: até meu filho nascer, não sabia praticamente nada sobre o tema. Pensei tanto no parto, que deixei de pensar em outras coisas igualmente importantes da maternidade. Mas tive muito apoio, como já contei aqui. Optei, conscientemente e deliberadamente, pela livre demanda, inclusive com indicação da pediatra. Conheci o sling, e me apaixonei pela ideia, sem que ninguém me tivesse imposto. Optei por não dar mamadeira, chupeta, paninhos. Optei pela homeopatia. Optei....

Ou seja, eu busquei a informação que desejava, encontrei opções que se afinavam com meus valores e estilo de vida, e ESCOLHI, a partir de muita informação - claro! - o que EU achava melhor para mim, para meu filho, para minha família. Não fui pressionada a isso. As informações estão aí para isso, para nos guiar em nossas escolhas, em todos os aspectos da vida. Acontece que, na era digital, da mesma forma como se disponibiliza muita informação confiável, novas evidências científicas, experiências individuais e coletivas interessantes, existe também muita porcaria e muito fundamentalismo, e cabe a cada um selecionar o que ler, onde buscar informação, com quem se relacionar.

Eu, particularmente, gosto de conhecer as pessoas com quem dialogo e troco experiências, mesmo que digitalmente. Procuro saber mais sobre quem comenta no blog, sobre os seguidores, sobre os visitantes, e tenho feito boas amigas assim: nem todas compartilham dos mesmos valores e experiências que eu, mas estamos dispostas a dialogar e trocar experiências, e isso é o que importa. Acho que temos o poder de filtrar a informação e os relacionamentos "virtuais", e, dessa forma, não sermos atingidos por essa maré do "TEM QUE" que ela mencionou, e que ecoou em quase todos os comentários do post.

Assim como as várias mães com que me relaciono pessoalmente ou digitalmente, eu tenho sim minhas ideias, minhas opiniões sobre parto, sobre amamentação, sobre alimentação, sobre tudo que envolve a maternidade, porque somos mães pensantes, que nos preocupamos verdadeiramente com a criação dos filhos. Falamos sobre isso em nossos blogs, é inevitável. Ao expôr nossa opinião é que podemos dialogar, trocar experiências e nos enriquecer, e isso tem sido uma constante nesse meu curto tempo de blogosfera.

Há, obviamente, que se ter cuidado com a forma de expôr essas opiniões, na vida "digital" e na de carne-e-osso: essa semana mesmo, na natação do caio, surgiu um papo sobre parto entre as mães. Uma delas me perguntou se eu tinha tido parto normal, eu disse que sim, e ela disse que eu tinha "cara de parto normal"... Para mim isso é um elogio, mas, vejam bem se isso não é um pré-julgamento... Quando eu disse que tinha tido em casa, então, a moça disse que já imaginava, porque me achava bem "alternativa". Hein?? Por outro lado, uma outra mãe, que tinha tido cesárea por opção, mesmo estando em processo de dilatação, se interessou pelo meu parto, e eu pela escolha dela (apesar de discordar e deixar isso claro para ela), e tivemos um bom papo, super respeitoso e enriquecedor. Ou seja, tudo depende da disposição dos interlocutores, e nós temos o poder de ESCOLHER com quem queremos dialogar e trocar. Por isso eu não chamaria de bullying, porque nós, mães, adultas que somos, não somos obrigadas a conviver com alguém que supostamente nos humilha (os pequenos também não, mas o poder de percepção e decisão deles é bem mais limitado que o nosso): podemos simplesmente dar um fim na situação.

Sinceramente, o que mais me surpreendeu e me intrigou após ler o texto da Camila, é que, tanto o post quanto vários dos comentários mencionavam as cesáreas e as dificuldades com a amamentação - ou seja, as pessoas que tiveram essas experiências (seja por necessidade, por conveniência, por vontade, enfim, as motivações são diversas como são as pessoas) estão se sentindo "pressionadas" de alguma forma, muitas se sentiram inclusive "diminuídas", daí a Camila ter falado em Bullying. E isso é muito triste, muito cruel mesmo. Por outro lado, vi comentários lá que demonstraram que a apreensão da questão mais ampla que essa discussão toda traz nem sempre é compreendida: mães justamente JULGANDO E ACHINCALHANDO (estou inspirada, hein) quem opta por parto natural, por fralda de pano, por amamentação prolongada, por alimentação orgânica... Uma mãe (não vou citar nomes) falou até em um "novo método materno hippie"... Ou seja, não entenderam bem o que a Camila quis dizer, eu acho, demonstrando, como tão bem disse a super Lia no comentário do post (e de forma mais desenvolvida - e bem divertida - nesse post), que "sempre haverá alguém para dizer que é melhor que você, independente das escolhas que você faça".

Então, esse meu post, por um viés um pouco diferente da Camila, soma-se ao dela como um manifesto pela DIVERSIDADE MATERNA, pelo respeito às diferenças, pela liberdade de escolha (e liberdade pressupõe informação, não se engane) e, principalmente, pela liberdade de expressão e pela disposição ao diálogo e à troca de experiências entre as mães!

Beijo, abraço e aperto de mão, vou parando por aqui, pois o assunto dá o que falar e minha lombar já está doendo...

[EM TEMPO: Em uma incrível sintonia bloguística, eu e a Paloma falamos sobre o mesmo assunto, ao mesmo tempo!! O post dela, excelente, está AQUI. A Dani, outra blogueira "chegada", também já tinha falado sobre assunto parecido há um tempo atrás, AQUI.]



domingo, 13 de fevereiro de 2011

MULHER BARRIGUDA QUE VAI TER MENINO...

Então, há quinze dias é oficial: vou ser mãe de meninos! Outro homenzinho cresce (loucamente) dentro do barrigão, como o Caio foi o primeiro a prever (eu acredito em intuição infantil!!! rá!). Ficamos super felizes e ele mais ainda, já fala de bola, skate e tudo o mais com a barriga (sem estereótipos, é verdade!!).

E foi justamente essa reflexão que me bateu quando oficializei a descoberta: que responsa ser mãe de dois meninos! Não que ser mãe de meninas não seja, pelo contrário, mas pra uma mulher criada com duas irmãs, cachorra, primas e amigas em maioria absoluta, esse é um desafio e tanto. Sem contar que, vamos combinar, o mundo podia estar mais recheado de homens bacanas e bem resolvidos, né não? Estou encarando como uma verdadeira missão!

Devo dizer que eu suspeitava que fosse menino (mais pela insistência do Caio, já que eu não tenho intuição gravídica, não tive em nenhuma das duas gravidezes - ô pluralzinho triste!), mas, no fundinho, até ficava na expectativa se não seria uma menina, porque embora o Dani curta horrores ser pai de menino, eu pensava que seria legal pra ele ter uma menina já que ele, ao contrário de mim, cresceu num universo beeem masculino (3 irmãos, só pra começar - um salve à minha brava sogra que criou 4 HOMENS! sem falar nos cachorros e gatos...). Pensava que seria demais ele ter esse outro tipo contato com o universo feminino, em detalhes e profundidade que nenhum outro relacionamento poderia proporcionar. Mas, veio o meninão, ele ficou radiante, e eu até cheguei à conclusão que talvez ele não tivesse muita paciência pra aturar certas idiossincrasias do universo feminino tããão de perto, já que quatro mulheres berrando conversando animadamente do lado dele já são capazes de lhe tirar do sério... hohoho.

Mas o fato é que tenho pensado nisso. Ser mãe de menino tem sido uma descoberta maravilhosa (e por vezes difícil), e confesso que, até o momento, muito gratificante. Mas é um desafio cotidiano romper os estereótipos e lugares-comuns da nossa sociedade que quer nos ver criando "machinhos". E driblar nossos próprios preconceitos também, talvez aí resida o nó cego da coisa toda.

Caio segue livre pra curtir suas descobertas: de super-heróis a batons, de bolas e carrinhos a adereços de cabeça que ele tanto ama, de brincadeiras agitadas e até agressivas a carinhos delicados e gentilezas infinitas, de dirigir carros e motos e dar fim aos insetos a brincar de boneca,  de andar de skate a brincar de varrer a casa e de fazer comidinha. Mas sei que a base de uma formação de homens psicológica e afetivamente sadios vai muito além disso, e este é o grande desafio.

 mestre cuca corinthiano

Com certeza, nossa própria relação (minha e do Dani) com nossos maculinos/femininos será o principal guia desse processo. E nos trabalharmos, nos conhecermos, nos reconstruirmos como homem e mulher, pai e mãe será parte fundamental desse processo, já iniciado tão logo nos descobrimos grávidos de Caio e agora amplificado (pelo menos em mim, mulher barriguda e com hormônios à flor da pele), com a vinda de mais um meninão.

A Nau, blogueira querida que me inspira muito, falou lindamente em seus dois últimos posts, sobre ser mãe de meninas e sobre o se fazer cada vez mais mulher através das suas meninas. Por aqui os ventos são outros, mas o sentimento é o mesmo: nos fazermos mais inteiros pra formar homens - humanos - também inteiros, autênticos e felizes (outras reflexões sadiamente alimentadas pela Carol e pela Taís Vinha, que têm me cutucado deliciosamente). 

Mas que é inevitável  me imaginar entre uma pequena gangue de capoeiristas e corinthianos, lá isso é. Pero sin perder la ternura, jamás!

 meu menino, companheiro de todas as horas!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SANGUENOZÓIO: ALGUM RETORNO??


Então, gentes, lembram do "movimento sanguenozóio", iniciado pela Mari? Pois bem: eu não tive NENHUM retorno dos parlamentares a quem enviei mensagens. Mas nem aquela respostinha clássica: "sua mensagem foi recebida, retornaremos assim que possível". Nada, nadica.

Nesse meio tempo, fiquei sabendo do Projeto de Lei do Senador Cristóvam Buarque, propondo o mesmo reajuste aos professores das redes públicas. Tem inclusive um abaixo-assinado ciculando na net, quem quiser assinar está aqui (eu assinei!).

Mas o melhor mesmo eu fiquei sabendo hoje, e foi o que me motivou a escrever novamente sobre o assunto aqui. É que recebi outro email da Erundina (rá!) sobre um Projeto de Lei incrível que ela apresentou à Câmara, propondo que qualquer ato legislativo referente aos salários e demais vencimentos dos parlamentares somente seja aprovado após passar por referendo popular. A-R-R-A-S-O-U.

Pra quem se interessar, aqui está a notícia na íntegra, e aqui o Projeto de Lei, cujo andamento a gente pode e deve acompanhar, pois vai de encontro à nossa indignação. E um salve às mulheres no poder! (pelo menos àquelas que nos honrarem...)


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

INSÔNIA GRAVÍDICA?


Sou só eu, ou mais alguém aí sofre ou sofreu de insônia na gravidez?

A pessoa acorda às 3 da matina pro xixizinho básico da madrugada, e não dorme mais... isso não pode ser normal, afe!

(enquanto isso, o pequeno ser na minha barriga jura que está num parque de diversões e não para de dar chutes e socos na mamãe, contribuindo significativamente para a falta de sono. rá!)

Tudo bem que tenho que pensar no parto, nas mudanças na casa para receber o novo bebê, no caio, que voltou pra escolinha hoje e está se adaptando a uma nova turminha, no tempo que eu quero curtir mais com ele enquanto ainda é "filho único", nos dois trabalhos que eu tenho pra terminar essa semana e nas coisas do doutorado pra encaminhar até quando der antes do filhote nascer................. Mas, pra que tudo isso dê certo, eu preciso dormir, né não?

Homeopata querida receitou gotinhas, que hoje não funcionaram. Práticas de Yoga retornam semana que vem. Alguém aí tem mais alguma dica??? Agradecida.