domingo, 19 de setembro de 2010

FILHO DE PEIXE...

Um belo dia, estava eu no escritório de casa, Caio apareceu, me olhou, mexeu na estante e saiu quietinho. Em seguida, um longo silêncio. Tão longo que, como toda mãe, logo desconfiei, e fui atrás dele pela casa. E eis que encontro o pequeno refastelado no sofá, admirando um livro de obras do Gaudi........... Pirei, é claro - ADORO GAUDI - e corri para registrar esse momento:

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

DESMAMAMOS


2 anos, 4 meses e 9 dias de mamá!

Agora posso dizer que sim, desmamamos, eu e Caio, Caio e eu. No próximo domingo completamos um mês sem mamar, UAU. Já vínhamos nesse movimento há algum tempo, tanto de minha parte, quanto da dele, mas sem regras, sem papos-cabeças, sem marcos definitivos, sem pontos finais. Outras coisas foram ficando mais interessantes que algumas mamadas, para ele. Para mim, em alguns momentos já não me agradava mais dar de mamar. Fomos encontrando nosso novo ritmo, com alguns tropeços, mas sempre tentando respeitar a vontade de ambos. Em alguns dias, isso foi tranquilo para os dois. Em outros, eu ou ele sentíamos mais as mudanças, reclamávamos um pouquinho, mas nos acostumávamos ao novo ritmo. Por várias vezes chorei quando ele não pediu pra mamar. Em outras, fui eu quem não quis dar, por não estar com paciência, ou com vontade, e o bichinho não se conformava. Seria mentira dizer que foi tudo um mar de rosas, ele e eu deixando de ter vontade ao mesmo tempo, na mesma sintonia. Tivemos nossos altos e baixos, e aprendemos juntos com isso, tenho certeza.

Achei que a mamada noturna fosse ser a última a desaparecer, mas não, a da manhã era a mais curtida por nós dois, e foi a que ficou. Era nosso momentinho de ficar juntinhos na cama, espichar o sono um pouco mais, mandar o papai pro outro quarto... E essa foi ficando, ficando, ficando... até o pequeno começar a acordar mais agitado, querendo brincar. Ou acordar faminto, e querer logo bater um cafezão da manhã mais sólido que o mamá. Aí, passava alguns dias sem lembrar do mamá, até que, numa noitezinha mais carente, pedia pra mamar antes de dormir. Ou então, no meio de uma tarde folgada de férias, se pendurava gostoso no mamá para fazer uma soneca. Eu achava isso o maior barato, “ele não desencana mesmo do mamá”, e matava minha curiosidade perguntando pra ele: “tá gostoso o mamá filho? Tem leitinho ainda?” E ele me olhava maroto, com olhinhos de puro prazer, e falava “tá dotoso, mamãe, o seu leitinho” e me mostrava o leite saindo do bico, como quem diz, “que pergunta é essa, mãe, claro que tem leite aqui!”.

Em alguns momentos tive minhas crises de mãe-sem-rotina: “ai, será que não devo tirar de uma vez?” “Será que não estou confundindo o menino, deixando ele mamar quando quer, em horários variados?” Em outros, a inquisição alheia quase me afetava (embora ela tenha rareado muuuito quando, por um lado, as pessoas próximas perceberam que não poderiam interferir nesse nosso processo, e, por outro, as mamadas foram se tornando momentos cada vez mais íntimos, cada vez menos visíveis aos olhos externos): “Nossa, é só você chegar que ele fica tão manhoso, é porque você ainda tá dando de mamar, né?” “Credo, que grude que ele está em você hoje, você deu mamá, foi isso?” Mesmo o papai já estava, há um bom tempo, em franca campanha pelo desmame (ele até havia meio que colocado um prazo “aceitável” até os 2 anos...). Mas – ainda bem – a boa e velha intuição e o gosto pela coisa me fizeram levar a amamentação no nosso tempo, mantendo minha crença no desmame como um processo. E assim foi.

Desde o fim do ano passado, começamos a passar alguns momentos separados, e eu sempre achava que eles iriam ser um ponto final brusco na nossa amamentação. Isso me angustiava a cada separação. Mas não foi assim que aconteceu, tanto por ele – que sempre que me via novamente pedia para mamar, às vezes instantaneamente, às vezes depois de horas ou até dias –, quanto por mim – que defini que só deixaria de dar de mamar quando ele parasse de pedir e, portanto, sempre que ele pedia, eu dava. E assim foi até um mês atrás, quando, depois de um bom período sem mamar, Caio ficou doentinho e voltou a mamar como há muito tempo não fazia, de duas a três vezes por dia. Mas, tão logo melhorou, simplesmente desencanou do dito cujo, e nunca mais pediu. Simples assim. Como eu queria que fosse.

Não que a fixação dele pelo mamá tenha diminuído, mas mudou de forma. Ele adora me ver de peito de fora, vem logo pedindo para “bincá com o mamá” ou para “dá bejinho no mamazinho da mamãe”. Ou então, nos momentos em que anteriormente ele pediria mamá, ele vem pro meu colo e se aninha entre meus peitos, aconchegado, chegando muitas vezes a dormir assim, encaixadinho. Delícia pura, uma nova fase na nossa relação, tão gostosa quanto era a da amamentação. Uma fase que, de certa forma, eu esperava muito, sempre tive muita vontade de saber como seria nosa relação sem a “mediação” do mamá, pois nosso processo de amamentação sempre foi muito intenso, nós dois curtimos demais, então não havia mamãe sem mamá. E hoje há, e está sendo muito muito muito bom também. O fim de um ciclo, um encerramento à altura para uma história de amamamentação que, por muitos e muitos fatores (e graças a muitas e muitas pessoas) foi um sucesso, em todos os sentidos. E que merecia esse relatinho meio dramalhusco, pra fazer juz à intensidade com que foi vivenciado. E viva o mamá!! E viva a mamãe"!!

PS. Continuo sem internet em casa......................... snif.................mas espero estar de volta em breve.........