segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A MÃE DO CAIO


banda mirim, proibida para maiores de 5 anos

Sábado, fim de tarde, festinha de 5 anos de uma amiguinha nossa. Fui sozinha com o Caio, Dani iria mais tarde. Cheguei carregando mil coisas: o Caio, minha bolsa, a bolsa dele, o presente... Passei o Caio para o colo do pai da aniversariante, que nos recebia e a mais outros dois casais. Caio quase pulou do colo dele para o chão, assim que viu a aniversariante. Nem olhou para trás, já saiu andando pela festa, olhando todos e se sentindo em casa. Todo metido.

Não tinham muitas crianças da idade dele, mas ele nem tchuns, acostumado que está a conviver com crianças de várias idades no
Cantinho da Criança Feliz. Em pouco tempo já estava enturmadíssimo, não apenas com as crianças, mas também com os adultos, que formaram uma espécie de "babá coletiva" do Caio durante a festa: alimentavam-no com milho, pão de queijo e pipoca; vigiavam quando ele passava correndo atrás das crianças mais velhas, para que ele não caísse; me procuravam quando acontecia algum incidente e eu não estava por perto; ficavam no chão brincando com ele... Eu bem que gostei, pude curtir a festa sossegada, conversar com os amigos... mas sempre ficando na retaguarda, de tempos em tempos espreitando as brincadeiras, para ver se estava tudo bem, oferecer água e comida, e fazer um chameguinho. E ele? 'Nem te ligo, mãe'!

Apenas em um momento de maior cansaço, depois de um tombinho, ele veio todo chamegoso querendo mamar: mamou 1 minuto e já saiu correndo do meu colo atrás da trupe de molecada que passava feito um furacão dentro da casa. Era muito engraçado observar: primeiro passavam os mais velhos, em seguida, coladinha a eles - e imitando tudo o que faziam - a turminha intermediária, e, meia hora depois, o Caio, todo faceiro. Um barato.


Ele virou uma atração na festa. Toda hora alguém vinha me perguntar: 'Ele é seu filho? Que bonitinho, tão sossegado, tão simpático!' Eu apenas sorria, pensando nas manhas e chatices que ele tinha me aprontado nos últimos dias, por conta do nascimento dos molares, e respondia: 'é, mas ele tem das suas, também'... Dali há pouco, mais alguém: 'ah, você é a mãe dele, nossa como ele é tranquilo!' E eu pensava, 'hã-hã, é porque não é seu, né'. Rá. Brincadeirinha. (Normalmente, eu iria fazer o maior coro nos elogios, que eu sou mega-ultra-coruja-assumida. Acontece que eu estava um bagaço, justamente porque a semana com ele tinha sido bem difícil... então, poupei os convidados da minha corujice...)

E assim foi, até nove da noite, quando praticamente "ejetamos" o Caio da festa, pois nós, pais, é que estávamos um prego. Na hora de ir embora, mais alguém comentou, 'ah, você é a mãe, que gracinha seu filho'! Foi quando me dei conta de que ali eu não era a Thaís, amiga dos donos da casa, arquiteta e urbanista, profissional respeitável (!) tentando voltar à ativa... Ali ninguém queria saber com quem eu era casada, ou de quem eu era filha... Ali eu era simplesmente "a mãe do Caio". E isso me rendeu boas risadas no dia seguinte.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CRIANÇAS E TV: QUAL O LIMITE?


"Canais especiais para bebês? O que virá depois?..."
"Benvindo à TV ÚTERO!"



Sábado passado, pela primeira vez, Caio pediu pra assistir TV: ficou apontando para o aparelho, falando qualquer coisa que eu não entendia direito (acho que ele falava "cacó", querendo dizer "cocoricó") e eu perguntei: você quer assistir filho? E ele: "té assiti". Hã!?!?!?!?!?!?

Recobrada do espanto (afinal, ele não juntava palavras nem pedia para assistir TV até outro dia...), liguei na Cultura, estava passando um desenho bonitinho, de uma família de insetos (não sei o nome, ainda não adentrei completamente o mundo televisivo infantil...) e, pela primeira vez ele assistiu mesmo, bem mais do que o de costume: ficou deitadinho do meu lado, assistindo e 'comentando' em 'bebenês' tudo que se passava no desenho, não parou de tagarelar um minuto! Isso durou uns dez minutos, no máximo. Logo ele se desinteressou da TV e partiu para suas brincadeiras habituais, com bola, carrinhos, fantoches, livrinhos, e em seguida foi para o quintal, brincar com a cachorra e detonar mexer nos meus vasinhos de suculentas...

Resolvi escrever sobre isso aqui, porque foi uma novidade que me marcou bastante, afinal, ele não tinha se interessado muito pela TV até agora (exceto pelo seu fascínio com os controles da dita cuja!), e eu ficava me perguntando em que momento isso aconteceria. De fato, nós nunca o estimulamos a assistir TV (e, inclusive, evitamos conscientemente durante seu primeiro ano): ele ganhou o primeiro dvd do Cocoricó de um casal de amigos no aniversário de 1 ano, e depois ganhou, de outra amiga nossa, um volume do dvd Bebê Mais. Algumas vezes até colocamos para ele assistir, mas ele simplesmente não demonstrava grande interesse, e a gente desligava e ia brincar de outra coisa.

Não que sejamos radicais em relação ao uso da TV; eu mesma já tive minhas fases noveleiras (a última se foi - thanks god - com o término de 'A Favorita'), o Dani curte bem aqueles programas insuportáveis e barulhentos de futebol, e ambos gostamos de ver um seriadozinho aqui outro ali, além de sermos viciados em filmes (e, já que ir ao cinema virou programa raro, o dvd tem resolvido muito bem nosso problema).

Mas, em relação ao Caio, concordávamos que quanto mais tarde ele fosse "introduzido" a essa maquininha simultanamente podre e fascinante, tanto melhor, já que havia tantas outras coisas no mundo, tão ou mais bacanas - mas certamente mais saudáveis - para um bebê menor de 1 ano fazer na sua vidinha que estava apenas começando. Então, simplesmente evitamos, não estimulamos. E ele também não demonstrava interesse, até agora. Claro que algumas vezes colocamos desenhinhos para ele assistir, para ver sua reação; na casa de amiguinhos, também tentamos deixá-lo com as crianças que assistiam; houve até uma fatídica vez, em que, no auge do meu desespero maternal (alguém conhece essa sensação, hein, hein???), coloquei o cadeirão na frente da TV para ver se ele comia alguma coisa (pronto-falei... mas foi só uma, eu juro! pelo menos até agora... rá!): mas ele sempre dispersava, até ficava uns minutinhos encantado, mas logo virava abóbora e mudava de assunto.

Confesso que achava bom. Ele tem tanto tempo pela frente, ainda, para descobrir a TV e tudo de bom e de ruim que ela pode trazer... não há por que apressar. Não acho legal usar a TV de "babá", deixando as crianças horas a fio sob o comando do aparelho - eventualmente, e por pouco tempo, vá lá, pode ser realmente necessário (como registrou a Flá, aqui), para dar um tempinho para as mamis respirarem ou exercerem 'funções domésticas' inadiáveis, desde que seja um programinha escolhido a dedo, e não qualquer porcaria, simplesmente para matar o tempo.

Temos vários amigos (e também li algumas mães blogueiras falando sobre isso, como a Paloma, mãe da Ciça) que optaram por não deixar as crianças, até certa idade, assistirem TV, mas apenas dvds com alguns desenhos e programas mais bacanas, fugindo, dessa forma, da invasiva e abusiva publicidade destinada ao público infantil. Uma outra amiga (aê Ju, meu exemplo!!), que tem um filhote hoje com 7 anos, sempre limitou a quantidade de TV diária que ele assistia, e isso passou a incluir, mais recentemente, o uso do computador - ela e o pai definiam horários mais adequados e uma quantidade limite de TV que o pequeno podia assistir ao longo do dia e, dessa forma, foram construindo nele, também, um entendimento e uma responsabilidade com suas atitudes: às vezes ele pedia para trocar um horário pelo outro, pois sabia que ia passar algo que ele gostaria de assistir mais tarde, ou trocava o horário que ele poderia ver TV por mais um tempinho no computador. Não sei como isso está agora, com o filho na pré-pré adolescência (rá!), mas até bem pouco tempo atrás parecia funcionar, e bem.

Acho que não há uma fórmula, e cabe a cada família encontrar a melhor forma de lidar com a - praticamente inevitável - presença da TV em nossas vidas e de nossos filhos (até um mestre de capoeira que admiro muito, que pratica o rastafarismo e radicalizava na proibição do contato de suas crianças com a TV, se viu obrigado a render-se a ela quando seus filhos passaram a frequentar a escola...). O desafio é encontrar o limite, a medida para evitar a super-exposição dos filhotes a apelos consumistas e mensagens duvidosas (e muitas vezes ideológicas, sim!) que podem estar presentes em certos canais e programas destinados ao público infantil.

Essa minha reflexão talvez seja um pouco precoce - meu filho não tem nem 1 ano e meio - mas foi inevitável: fiquei pensando em tudo isso desde o momento em que o pequeno pronunciou a terceira ou quarta expressão de sentido de sua vida, aquele "té assisti" tão bonitinho e inocente. É isso que dá botar filho nesse mundão-de-meu-deus... agora aguenta!!!

******

(e, mais uma vez, a Taís, do Ombudsmãe, que é mãe escolada de três meninões, contribuiu lindamente para minhas reflexões de aprendiz de mãe, com um post sobre as "Crianças eternamente plugadas" , publicado há dois dias atrás, seguido desse outro, fresquinho, com uma dica de filme sobre o assunto e afins. Recomendo.)

******

imagem retirada desse post da Marcia, do blog Ser Mãe na América, em que ela comenta os resultados de uma pesquisa americana sobre a influência da TV no desenvolvimento de bebês.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SELINHOS ATRASADOS...


Estou atrasada, mas acho que ainda tá valendo... A Fernanda, divertidíssima Mãe do Pitoco, além de me brindar quase diariamente com posts ótimos sobre as peripécias do seu Pitos, ainda me deu dois selinhos para este bloguinho!!! Valeu, viu, querida!!

Fiquei muito honrada: mesmo tendo descoberto recentemente que os selinhos geram controvérsias blogosfera afora, eu os vejo como um mimo virtual, uma gentileza, uma forma de aproximação entre pessoas e blogs que já possuem alguma identidade... Talvez seja coisa de novata, mas, por enquanto, eu sigo encarando os selinhos assim, e espero que quem os receber de mim também os encare dessa forma, como uma delicadeza cibernética.

Mas, se eu curto receber os selinhos, já não posso dizer o mesmo sobre seguir suas infinitas regrinhas... rá! Tenho um pouco de preguiça, mas nem por isso vou deixar a peteca cair: vou indicar os blogs para os quais repasso os selinhos, e as regrinhas, para quem quiser conhecer e seguir, estão AQUI.

Eu sempre fico em crise na hora de escolher entre tantos blogs e pessoas queridas para quem vou repassar o mimo... daí, tenho meus critérios aleatórios para me auxiliar: quem ainda não recebeu o mesmo selo, com quem eu ainda não troquei esse tipo de gentileza virtual, os blogs que eu ando lendo... e por aí vai! Então, dessa vez, os selinhos vão para:


sábado, 22 de agosto de 2009

MEU PEQUENO TIRANO



Uma das primeiras palavras, que o Caio aprendeu a falar foi "NÃO". Imagino que muitas crianças devem aprender rápido essa palavra: é fácil, sonora, e muito utilizada por nós, pais, mesmo que insconscientemente, quando as crianças começam a se aventurar pelos cantos pouco seguros ou menos permitidos para elas. No começo era aquela coisa bonitinha, meio sem nexo, sempre acompanhada do respectivo movimento de cabeça. Logo depois, ele começou a entender os momentos em que a palavra fazia sentido, e o "NÃO" passou a ser um grande desafio para ele, para demarcar seu espaço, para fazer valer sua vontade, para se comunicar de variadas maneiras conosco.

Agora, ele começa a explorar combinações de palavras, e a primeira expressão que ele soltou foi um sonoro "NÃO TÉ!" (tecla sap: não quero!). A gente não acreditou! Primeiro, porque é uma emoção ver um serzinho desse tamanho descobrindo as palavras, a comunicação verbal. Segundo, porque pensa bem, aquela criatura que até outro dia estava dentro da sua barriga, de repente vira pra você toda cheia de vontades, do alto de seus poucos centímetros, e já diz o que não quer!!! É fascinante.

De todo modo, o carinha é esperto. Antes que a gente comece pensar que ele estaria se transformando em um pequeno tirano, ele se redime: na época do "não", logo em seguida começou a falar mamã, papá e fofó, derretendo os corações que nem ligavam quando ele gritava NÃO em alto e bom som bem na hora da papinha...; e agora, coladinho ao "NÃO TÉ", o malandrinho começou a falar "BOITE" ("boa noite") antes de dormir e, outro dia, saiu correndo do quarto onde estava comigo, parou bem na frente do pai e gritou, todo carinhoso: "BO DIA" ("bom dia")!!! Não preciso nem dizer como a gente ficou, né?

Daí, que concluo: meu pequeno tem seus dias de tirano, sim, mas digamos que faz mais a linha populista... Rá!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

DA SÉRIE: NÓIAS DE MÃE


Sou só eu, ou tem mais alguma doida aí que também inspeciona as orelhinhas dos filhotes depois que o papai dá banho, pra ver se tá limpinha e bem enxutinha????

[há dois dias me peguei fazendo isso, e percebi que era corriqueiro e inconsciente... me achei meio doida... será?]

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DESMAME COMO PROCESSO



Tudo bem que mal acabamos de sair da SMAM e de infinitos posts sobre amamentação, e que eu ia dar um tempinho nesse assunto, mas não consegui... Rá! É que o assunto amamentação-desmame está bem em pauta no meu cotidiano (sabe o fatídico "ainda mama???"... então.), e tenho pensado nisso quase diariamente. Além do mais, estou me inspirando pra contar do desmame noturno do Caio, e achei que esse post faria uma boa introdução ao papo.

É que li
um artigo de uma pediatra** da Sociedade Brasileira de Pediatria e o trecho abaixo me tocou muito, nem preciso dizer o quanto me identifiquei, né? Sei que sou mãe de primeira viagem, aprendiz confessa, mas tem algumas opções que me parecem boas meio que instintivamente, e essa idéia do desmame como um processo, e não uma ruptura radical, é uma delas... É assim que tenho levado com o Caio: deixando fluir, prestando atenção nos sinais dele, incentivando-o quando percebo que os sinais estão lá, dando o peito sempre que ele quer. Enfim, por enquanto tem sido assim. Mas pode ser que eu mude de idéia, só a experiência vai me dizer. No segundo filho acho que vou poder falar com mais propriedade: por hora, apenas aprendizados, tentativas, erros, acertos. E sou toda ouvidos para as experiências de desmame de vocês, se quiserem compartilhar comigo, para ajudar a clarear as idéias e os sentimentos...

Então lá vai (os grifos são meus). O artigo tem alguns pontos que poderão ser considerados mais polêmicos, mas vale a pena ler na íntegra,
AQUI.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”.


**
Elsa Regina Justo Giugliani - Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners).

imagem - linda! - achada aqui.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O RELATO DA DOULA


Estou em dívida comigo mesma... Até hoje não acabei de parir meu relato do parto do Caio... Comecei há um tempão, e depois deixei ele lá... nem voltei a ler! Parece que estou me sabotando, que não quero "congelar" aquela memória em palavras, é estranho! Ao mesmo tempo, sempre penso nisso, é uma coisa que quero e sinto que tenho que fazer... Ambíguo, eu sei. Mas, quem não é?

Toda essa divagação é porque minha doula querida publicou esses dias no blog dela o relato que ela fez há mais de um ano atrás da nossa 'doulagem', e nos deu de presente no dia em que fizemos a comemoração dos 3 meses do Caio com uma festança deliciosa, seguindo a tradição de alguns povos que consideram essa passagem dos 3 primeiros meses como um marco para o bebê, a completude de sua gestação, o momento real de sua conexão com o mundo de cá...

Ai, lá vou eu me perdendo nas histórias... Não é da festa que quero falar, mas do relato que ela fez: ficou tão bacana, tão detalhado, que, ao reler agora, um ano e quatro meses depois do nosso parto, cheguei a lembrar até dos cheiros daquele dia... E chorei à beça, claro. E fiquei absolutamente motivada a finalizar meu relato, (mas não vou colocar prazo, que da outra vez eu coloquei e não cumpri). E fiquei com vontade de engravidar e parir de novo. Rá!

Então, quem quiser conhecer um pouquinho a história do parto do Caio, contada do ponto de vista de uma doula porreta, dá um pulinho LÁ NO BLOG DELA, e depois me conta o que achou...

[E, aproveitando a deixa, um toque para as grávidas, tentantes e simpatizantes que me lêem: ter uma doula ao nosso lado ao longo da gestação, do parto e do pós parto é tudo de bom, meio caminho andado para que as coisas aconteçam da forma como desejamos e sonhamos, tanto no parto quanto na amamentação! Recomendo totalmente. Não sei nem dizer se minha doula, que virou amiga, foi mais importante durante a gravidez - quando nos apoiou e nos muniu de mais informação e confiança para conquistarmos o parto que queríamos; o parto - quando, serena, fez de um tudo para tornar aquele momento ainda mais especial e tranquilo; ou o pós parto - quando me deu conforto afetivo e me ensinou várias coisas sobre amamentação... Interessou? Para saber mais sobre doulas aqui no Brasil, e onde encontrar uma perto de você, passe AQUI , AQUI e AQUI.]


a fofa me massageando durante o trabalho de parto...


curtindo serenamente a primeira mamada do Caio...


e lavando a louça depois de tudo!!!
Precisa falar mais alguma coisa??

terça-feira, 11 de agosto de 2009

NÓS NA REVISTA!




Daí, que outro dia uma jornalista conheceu este bloguinho e entrou em contato comigo, para participar de uma matéria sobre desenvolvimento de bebês. Ela foi muito bacana, vi umas matérias bem interessantes que ela já tinha feito, conversei com o maridão e topei. Fizemos uma conversa por telefone e ela disse que um fotógrafo viria fazer uma foto nossa. Daí o fotógrafo veio, e eu quase morri, porque sou tímida pra certas coisas, e foto posada é uma delas. Foi engraçado. Ele fez umas fotos incríveis do Caio, que vou guardar com carinho por toda vida. E, neste sábado, a matéria saiu na Revista Época, com duas fotos lindas do meu filhote... A familiagem quase morreu, dá pra imaginar como ficaram os avós, né? E eu respirei aliviada, porque só puseram a foto dele! Rá!!!

Quem quiser dar uma olhada numa parte da matéria, dá um pulinho AQUI. (para quem ler, só uma ressalva: Caio não usa chupeta, digamos que foi uma licença poética da jornalista...)

[e, como o mundo é pequeno, tinha mais gente "conhecida" na matéria: a Isa, nossa companheira blogueira Motherholic, em foto linda com toda a família!]


imagem feita pelo fotógrafo Caio Guatelli, na nossa casa.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A MATERNIDADE E A PATERNIDADE 2



Há um bom tempo li um post num blog paterno**, o Pai de Menina, um post que me marcou muito, chamado DA ARTE DE SABER COMPARTILHAR A MATERNIDADE. Li pouco tempo depois de escrever isso aqui, e caiu como uma luva para mim. Daí que, escrevendo o post anterior, em homenagem ao super papai do Caio, me lembrei do tal post... E resolvi colar um trechinho aqui no blog, para que de vez em quando eu leia e funcione como um puxão de orelha... Rá!

Quanto a ajudar em casa, principalmente com os pequenos, fica a dica: mesmo as mulheres bem resolvidas eventualmente pintam as tarefas com tintas dramáticas. São tantas as dicas e cuidados e vontade de manter o controle que os homens que não são naturalmente devotados aos deveres domésticos se assustam.

Vale deixar rolar e não reclamar do jeito que fazemos as coisas. Como coloquei num dos últimos e mal-criados posts do meu blog, algumas vezes temos mais discernimento do que as mães para resolvermos certos problemas com os filhos e nas tarefas diárias. O motivo? Simplesmente porque percebemos as coisas de forma diferente, quebrando alguns paradigmas de puericultura e educação infantil.

Se quiserem ter o(a) companheiro(a) ajudando, deixem ele (ela) livre para tomar decisões. Funciona melhor e evita que se sintam "sob comando".

** Para conhecer mais blogs paternos, veja este post bem bacana da Roberta.

imagem: www.gettyimages.com.br

sábado, 8 de agosto de 2009

SEU PAI







Um dia ele me olhou e disse que há tempos queria nos multiplicar. Aquilo me marcou profundamente. Eu sempre quis ser mãe, mas, mesmo com muita vontade, ia me adiando o desejo: nossa vida tão perfeita a dois, viagens, trabalhos, estudos... sempre há um motivo. Mas o desejo de ser pai já gritava alto nele, e começou a não caber mais dentro do peito. Ali já existia o pai formidável que ele viria a ser.

Eu brinco que ele me deu o "golpe da barriga". Sua expectativa em tornar-se pai era incrível, chegou a contar meus dias férteis. Deu certo. Custamos a perceber, mas foi juntos que suspeitamos que você estava a caminho. Ainda mais juntos
choramos e comemoramos a confirmação: agora éramos três. Eu estive para explodir de tanto sentimento: não bastasse a surpresa e a emoção indescritível que senti ao te saber dentro de mim, outra ainda me invadiu de assalto ao ver a profunda emoção que tomou conta de seu pai. Eu nunca tinha imaginado quão intenso esse momento poderia ser para um homem, descobrir-se pai. A emoção da mulher transformada em futura mãe já é batida, quase óbvia, mas a do homem, do futuro pai... Fiquei maravilhada, ele já era o pai que eu sempre quis para você.

Enquanto te esperávamos, em meio ao turbilhão de hormônios e transformações que me dominava e, por vezes, me aturdia, seu pai foi meu porto seguro. À sua maneira, é verdade, que ele tem seu jeito durão e agitado de viver a vida. Mas ele me acompanhou do início ao fim da aventura de te carregar dentro de mim, ainda que, muitas vezes, aos olhos dele, eu parecesse um pouco louca e incompreensível (e que grávida não passa por esses momentos?). Ele aprendeu lindamente a lidar com as instabilidades da gravidez, e, embora para ele tua vinda parecesse mais distante que a mim, que te sentia a todo momento, foi maravilhoso vivenciar o crescente esforço dele para aproximar-se de algo ainda tão abstrato, uma barriga que crescia, oras! Mais surpreendente ainda foi acompanhar a tranformação daquele homem que eu já conhecia há tantos anos: ainda na barriga, você já fazia do seu pai um novo homem, muito mais incrível, muito mais amável, muito mais paciente. Se eu já o amava tanto antes, agora parecia que aquele amor multiplicado seria o auge do sentimento que me unia a ele. Mal sabia eu que, tornado realmente PAI, meu amor por ele se tranformaria ainda mais, um sentimento que eu nem sabia que poderia existir.

Seu pai foi meu grande parceiro nas decisões que tomamos, ao longo da tua espera, sobre a maneira de te trazer a este mundo. O apoio dele, depois de concedido (porque inicialmente ele desconfiava de minhas idéias "humanizadas" sobre seu nascimento), foi incondicional: tantas e tantas vezes ele foi "meu herói", como quando me tirou correndo do hospital, contrariando a indicação da nossa obstetra, às 37 semanas de gravidez e às vésperas de minha defesa de mestrado. Nos empoderamos juntos, e assim começamos a construir nossa história como pais. Um parceiro poderoso, um futuro pai empoderado, que mais eu poderia querer ao meu lado?

Mas isso ainda não era nada perto do que ele faria durante teu nascimento. Seguro, tranquilo, ativo, absolutamente presente e, ao mesmo tempo, quase invisível, tamanha foi a sensibilidade dele em lidar com aquele meu momento-bicho. As palavras certas, os toques precisos, os carinhos necessários, os olhares absurdamente cúmplices, a presença rocha-sólida do começo ao fim, o apoio físico e emocional, a respiração sincronizada, a sintonia barriga-com-barriga. Ele foi, ao meu lado, também protagonista de teu parto (posso dizer, de boca cheia, que te parimos juntos, e isso me enche os olhos de lágrimas, e o peito chega a doer de tanto amor e gratidão): tornado pai por inteireza, entregue de corpo, alma e lágrimas ao novo e mais belo papel que assumiria nesta já longa vida que construímos juntos.

Já nos seus primeiros dias de vida, imbuído do novo sentimento que o dominou por completo - amor de pai - ele parecia ter nascido para aquilo: banhos, fraldas, embalos, acalantos... Certas funções ele chegou mesmo a me ensinar, como a te dar banho! Prestativo, quanto apoio ele me deu na minha fase de adaptação pós parto (a "perda" da barriga, o aprender a ser mãe, o desafio inicial da amamentação, o inevitável cansaço físico, os turbilhões de hormônios...), embora ele também estivesse se adaptando emocionalmente e fisicamente àquela nova realidade...

Aos poucos, vamos nos conhecendo como familinha, nos re-conhecendo como pai e mãe, nos re-encontrando como casal. Vamos descobrindo nossas identificações e nossas diferenças como pais, encarando aspectos ora complementares, ora conflitivos entre maternidade e paternidade. Mãe é bicho tinhoso (pelo menos eu sou...), sabe, filho, toma a cria como sua, tem dificuldade em compartilhar certos aspectos da maternidade. É quase que instintivo: necessidade de ter o controle de tudo, certeza de que o que fazemos é o melhor para vocês, nossos filhotes. Além do mais, queremos que essa nossa certeza seja acatada por todos que lhes cercam, e, mais ainda, pelos pais. E teu pai fica doido com isso, ele, que é tão participativo, quer compartilhar de tudo e reclama que eu centralizo demais as decisões sobre a tua criação... Ele, que é tão cheio de idéias, e detesta que eu fique dizendo a ele o que e como fazer as coisas com você... Ele, que é tão presente, e não consegue entender minhas cobranças por mais e mais presença dele junto a nós... Ele, que é tão cheio de energia, e fica chateado quando corto a onda de um batuque na hora de você dormir, ou de uma acrobacia depois de você comer...

Ele quer mais espaço para exercer a sua paternidade, do seu jeito, sem eu ficar interferindo o tempo todo... eu sei. Porque ele é assim, um paizão. Você já sabe, né, filho, basta olhar sua carinha de felicidade quando ele chega em casa: papaiiii, papaiiii! Porque ele faz de tudo com você. Desde limpar o cocô mais fedido até dar o banho mais divertido, de ensinar você a batucar até fazer uma papinha delícia, de brincar horas e horas no chão até passear horas e horas no carrinho... Porque ele canta Asa Branca pra você dormir como ninguém, com aquela voz grave tornada miudinha e suave... Porque ele aguenta dores incríveis na coluna só para te ninar e embalar... Porque ele sonha com o dia em que vocês vão jogar capoeira juntos, na beira do mar, e fica tocando berimbau enquanto você canta: din don, din don... Porque ele aguarda ansiosamente o dia que ele vai poder te pegar e te levar pra um canto qualquer, pra curtir um passeio de pai e filho, sem ter que pensar em voltar porque você tem que mamar na mamãe (mas mesmo assim segue respeitando nosso processo de amamentação!)... Porque ele se apertou todo no trabalho para poder ficar alguns dias com você quando a mamãe voltou a trabalhar, e nos dividimos bem assim até hoje, e ele ama as tardes em que fica em casa com você... Porque ele ri que nem bobo quando você faz alguma gracinha, e chora sem vergonha quando você faz alguma nova conquista ou aprendizado... Porque ele acha você o menino mais esperto, mais bonito, mais risonho, mais tudo que um nenê da sua idade pode ser... Porque ele te ama muito, e é o melhor pai que você poderia ter nesse mundo!!!

Feliz Dia dos Pais, meu amor!!!!

****************************************

[ele vai ficar bravo, ele não gosta muito que eu fale dele e coloque suas fotos aqui no blog, mas hoje é dia dos pais e não tem jeito, aqui é meu lugar de registrar essas lembranças, esses carinhos, essas homenagens... Então, desculpa aí, amor, mas esse post é todo você!!! Você merece!!]

[e você, meu paizão querido, não fica com ciúme não... é a primeira vez que falo exclusivamente sobre o super papai que o Dani é, a sua homenagem desse ano já tá registrada aqui no blog, né! Te amo muito, um ótimo dia dos pais procê também, meu querido!!]


AGRADECIMENTOS, "CONSELHOS" E FIM.


Bom gente, a SMAM acabou... Foi uma semana intensa na blogosfera materna, muitos posts e histórias incríveis sobre amamentação. Foi também a minha primeira SMAM e primeira blogagem coletiva desde que criei esse cantinho aqui. Adorei participar!

Agradeço imensamente à Flávia, que foi a primeira a nos convocar a essa blogagem coletiva! Queria agradecer, em especial, a todas que contribuíram com as preciosas dicas de amamentação publicadas aqui no blog durante a Semana: sem vocês essa blogagem não teria dado certo! Também registro um agradecimento a todas que participaram lendo e comentando, que é o que alimenta essa troca de experiências tão bacana entre mamães, grávidas, tentantes e... simpatizantes! Rá!

Para aqueles que, como eu, não deram conta de acompanhar tudo que rolou na blogosfera durante a SMAM 2009, e quiserem ir lendo as postagens aqui do blog sobre a Semana aos poucos, é só clicar AQUI. A Flávia, do Astronauta, também fez um link bem bacana agrupando todas as surpreendentes histórias de amamentação que ela reuniu, quem quiser conhecer passa .


Por fim, no último minuto do segundo tempo, encontrei um site muito interessante que reúne alguns "conselhos" bem úteis tanto para a mãe que está amamentando ou pretende amamentar (para ver esses conselhos, clique
AQUI), quanto para aqueles que devem e desejam apoiar a amamentação de alguma mamãe próxima (para ver esses conselhos, clique AQUI): vale a leitura, é bem didática.

E é isso. Mais uma vez obrigada a todas, e voltamos à programação normal do blog!


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MEU PRIMEIRO RELATO DE AMAMENTAÇÃO


Para fechar essa semana tão intensa de postagens sobre o tema da amamentação, participando de uma tripla blogagem coletiva (a super campanha do Astronauta e as blogagens do Mamys Blogs e do Síndrome de Estocolmo), vou postar aqui o relato que fiz para o Astronauta (e que foi publicado também no Pelos Cotovelos e Cotovelinhos), de forma que eu possa guardar essas reflexões também aqui no meu cantinho. Coloquei no título da postagem o "primeiro", pois esse relato foca em apenas alguns aspectos da minha história de amamentação com o Caio, e eu espero ainda poder falar mais da minha experiência de amamentação, tanto com o Caio, quanto com um próximo filhote (ou filhota) que virá daqui uns anos...


AMAMENTAÇÃO COMO UM PROCESSO COLETIVO

Relato parcial de uma história feliz de amamentação
Thaís e Caio



Antes de engravidar, eu nunca tinha prestado muita atenção em mulheres amamentando. Os dois contatos mais próximos que tive foram com minha cunhada e uma amiga querida, ambas com dificuldades iniciais com a amamentação: problemas com a pega do bebê, bico rachado, demora do leite para descer, introdução de complementos. Mas ambas deram a volta por cima (cada uma a sua maneira), insistiram na amamentação, e prosseguiram até perto de um ano ou mais. Minha impressão era que amamentar era dolorido e difícil. Mas, quando engravidei, fiquei tão focada no assunto “parto”, buscando informações e me preparando para garantir um parto natural, que quase não pensei na amamentação (e nem nos primeiros banhos, nas trocas de fralda, em quase nenhum assunto prático relativo ao pós-parto!). Nas últimas semanas da gravidez é que começou a cair minha ficha e eu fui ficando um tanto ansiosa, e despejando tudo em cima do maridão: “nós não fizemos cursinho de pais, não lemos livros sobre bebês, não sabemos fazer nada, não vamos dar conta!!!!!” E ele me aturando, dizendo que mais do que tudo isso, só nossa experiência é que ia nos trazer esse “saber-fazer”...

Nesse finzinho de gestação, tudo o que eu sabia sobre amamentação era que eu devia tomar sol nos mamilos para prepará-los; que existia uma pomada natural sensacional para rachaduras (Lancinoh, importada, que eu me virei para conseguir); que um parto natural favorecia uma descida mais rápida do leite; que amamentar meu filho na sua primeira hora de vida era um grande passo para minimizar problemas com a amamentação; que a liberação de ocitocina no corpo durante o parto, o nascimento e a primeira mamada do bebê era a grande responsável pelo sucesso da primeira interação mãe-bebê e, consequentemente, da amamentação; que o contato pele-a-pele era tudo o que eu precisava para estimular as primeiras mamadas e a formação de vínculos com meu filhote.... Embora não fossem muitas, possuíssem caráter pouco prático e estivessem focadas apenas na primeira mamada do bebê, hoje eu sei o quanto essas informações (adquiridas em conversas com outras mães, em listas de discussão sobre o parto, em alguns livros e revistas sobre gravidez e em conversas com minha doula, minha obstetra, minha parteira e a pediatra que escolhi para o Caio) foram determinantes para que minha história de amamentação fosse bem sucedida. Mas apenas elas não bastariam. Outros fatores – que eu não planejei durante a gravidez – também foram fundamentais nesse sentido, e falarei deles logo mais.

Antes, vamos aos fatos: conquistei o parto natural pelo qual tanto batalhei e, assim que nasceu, meu filho veio para meus braços. Eu não sabia nem como segurá-lo (nunca tinha tido contato com um bebê tão pequeno!), mas minha primeira reação foi colocá-lo junto ao meu peito. Ele apenas se aconchegou ali, sem nem sequer abrir a boca. Olhei para a parteira: eu devia fazê-lo pegar meu bico? Ela me respondeu que ele mamaria em breve, não era preciso pressa. Com ele aconchegado em meu peito, ainda com o cordão umbilical nos unindo, caminhei do banheiro (onde ele nasceu, dentro do box) para meu quarto, me deitei na cama com ele sobre mim e, com a ajuda da minha querida parteira, ele abocanhou meu peito e começou a sugar. Jamais esquecerei esse momento. O cordão umbilical foi cortado pelo super-papai (que participou ativamente de todo o parto, e não está sendo mencionado a todo tempo neste relato em razão do foco ser a amamentação) enquanto o pequeno ainda mamava, e foi outro momento inesquecível. Caio não mamou avidamente, apenas o suficiente para me bombear de ocitocina, para me fazer apaixonar perdida e eternamente por ele e para fazê-lo adormecer agarradinho em meu bico.


Horas depois, a segunda mamada foi o momento em que percebi que não sabia NADA sobre amamentar... Mas eu estava sendo maravilhosamente assistida por minha doula e minha parteira, e aqui está um dos fatores que não programei durante a gravidez (por falta de tempo para os ajustes finais, já que Caio nasceu dez dias antes do previsto): minha parteira me daria um super acompanhamento pós-parto, ensinando desde as pegas do bebê e posições para amamentar, até todos os outros detalhes práticos (e tão amedrontadores para uma mãe de primeira viagem) como os primeiros banhos, os cuidados com o cordão umbilical e etc. Sentada no sofá no quartinho do Caio, com ele em meus braços, instintivamente fui colocá-lo em meu peito, mas me faltava coordenação e informação. Minha primeira reação foi segurar o bico com os dedos em tesoura, como as mães de antigamente faziam (não sei nem de onde tirei isso, é o poder do subconsciente!!). Carinhosamente, Jamile, a parteira, me orientou sobre a melhor forma de auxiliar meu bebê a pegar o seio, e após alguns momentos mais desajeitados, eu e Caio fomos nos acertando (mas durante semanas eu penava para dar de mamar do lado esquerdo, a descoordenação era total!! Rá!). Também havia a afobação de mãe de primeira viagem: a cada paradinha que o Caio dava, eu ficava cutucando ele para voltar a mamar... até que Vânia, minha doula querida, que assistia tudo com uma risadinha marota, me alertou que ele precisava engolir o leite e respirar, por isso dava aquelas paradinhas... (dá-lhe falta de noção da aprendiz de mãe aqui!!! afe!).


A verdade é que, tão focada no parto como eu estava até então, eu não tinha me dado conta do suporte (prático e emocional) que essas duas figuras – doula e parteira – me dariam no pós-parto, em relação à amamentação especialmente, e, sem elas, eu provavelmente não teria sobrevivido tão bem a esse momento inicial da amamentação. Eu não podia imaginar, por exemplo, o que aconteceria com meus peitos quando o leite descesse... se elas não tivessem me prevenido sobre a tal da “apojadura”, que meus seios ficariam muuuuito doloridos, que o leite poderia empedrar e coisa e tal, eu certamente teria surtado. Caio dormia super bem nesses primeiros dias, e, quando o leite desceu, eu é que não conseguia dormir de tanta dor nos seios! As mamas enchendo, e o pequeno não dava conta de mamar tudo aquilo, inclusive porque – eu vim a saber depois – com o peito tão cheio ele tinha mais dificuldade para sugar, e o risco de machucar as mamas era ainda maior! O que fazer então??? Eu não tinha a menor idéia, mas elas estavam ali para me apoiar. Jamile me ensinou a ordenhar o peito, e me emprestou uma bombinha para retirar o excesso de leite (que, no próximo filho, com as informações que tenho hoje, procurarei doar para um banco de leite, coisa que não fiz dessa vez...). Foi o que me salvou, e garantiu a continuidade da amamentação sem maiores traumas.

A partir daí, eu e Caio engrenamos uma primeira, e a amamentação só melhorou. Durante um bom tempo elas me “supervisionaram”, eu fui aprendendo novas posições (o famoso “mama sutra”... rá!) e a pega do Caio ficou perfeita. Quando batia alguma crise, “será que meu leite está sendo suficiente?” ou “será que meu peito está produzindo leite?”, quando parecia que meu peito estava murchinho ou coisa assim, eu gritava por socorro e elas me acalmavam: aprendi que quanto mais o bebê mama, mais leite é produzido; que a produção iria se adequar completamente à demanda (aliás, não me lembro em que momento, se antes ou depois do parto, tomei consciência sobre a amamentação em livre demanda, a qual adotei de corpo e alma); que, enquanto o bebê sugasse, jamais meu leite secaria, entre outras tantas coisas valiosas que me deram muita segurança.


Mas informação e apoio profissional, apenas, não garantem o sucesso da amamentação. Pelo menos é o que eu penso, e deduzo da minha experiência. É preciso todo um apoio afetivo no cotidiano, seja do marido, de familiares, de amigos... Eu recebi um suporte inestimável nesse sentido (o qual, quando estava grávida, eu nem imaginava o quanto iria precisar!): meu marido “comprou” a idéia da amamentação e me apoiava ao máximo (querem um exemplo prático? Como eu tinha que acordar, inevitavelmente, algumas vezes para dar de mamar na madrugada, ele se responsabilizava por todas as trocas de fraldas nesse período! Não é incrível? Eu troquei pouquíssimas fraldas do Caio nas madrugadas dos primeiros meses!!!), tanto aliviando algumas funções para que eu descansasse, como também valorizando e incentivando a amamentação em livre demanda; meus pais e meus sogros sempre acharam o máximo ver o Caio se desenvolvendo “apenas” com o leite materno (como eles diziam), propagavam isso aos quatro cantos e valorizavam muito minha atitude em relação à amamentação; meus amigos, colegas de trabalho e afins se acostumaram comigo dando de mamar para o Caio a todo momento e em qualquer lugar (até mesmo em reuniões), e faziam com que eu me sentisse confortável e sem constrangimentos quanto a minhas opções (como a livre demanda, por exemplo). É claro que todo esse apoio se deve, em parte, pelo fato de eu estar muito segura das minhas escolhas em relação à amamentação, de eu demonstrar muito conhecimento acerca da sua importância e benefícios e compartilhar as informações que possuía com todos eles... Ou seja, até mesmo para que esse apoio acontecesse, foi fundamental eu me colocar em uma postura ativa, construindo esse apoio ao meu redor, e não apenas esperando que ele acontecesse.


Foi assim também quando me vi angustiada por ter que voltar a trabalhar, ainda que meio período, sem saber como conciliar esse momento com minhas convicções de amamentar exclusivamente até o sexto mês de vida do Caio; quando meu filho não ganhou peso adequadamente em algum dos meses de amamentação exclusiva; quando se aproximava a hora de introduzir os alimentos ou quando começaram a nascer os dentes e eu temia pela continuidade da amamentação: continuamente buscando informações e trocando experiências com profissionais, grupos de apoio, amigas-mães mais experientes, mães internautas, etc. e construindo e contando com essa rede de apoio afetivo de familiares e amigos em torno de minhas escolhas, venho amamentando meu filho há um ano e três meses, desfrutando do prazer inigualável que isso me dá.


Obviamente, conforme Caio vai crescendo, essa rede de apoio afetivo começa a diminuir: nem todos compartilham ou compreendem a opção por uma amamentação mais prolongada, ou o desmame como um processo gradativo e natural que deverá acontecer no tempo da mãe e do bebê, sem maiores traumas, sem datas marcadas ou prazos pré-estabelecidos. Mas, como este relato já se estendeu mais do que devia (só para variar), deixemos este assunto para outras conversas...


AMAMENTAR É UM ATO DE AMOR?

A SMAM está acabando, mas a atenção ao tema do aleitamento materno deve ser contínua. Muitas mulheres enfrentam dificuldades, e nem sempre isso é enfocado em campanhas e meios de comunicação. Muitas vezes, a forma como a amamentação é apresentada resulta em ainda mais traumas, culpas e recalcamentos em mães que, por algum motivo, não conseguiram, não puderam, não quiseram amamentar. A amamentação (pelo menos aqui no Brasil), infelizmente, não é algo tão simples e natural como as campanhas fazem parecer. É necessário muito apoio, informação, persistência, aprendizado... Para muitas mulheres, conquistar uma amamentação tranquila e prazeirosa é quase uma operaçao de guerra, como também acontece com o parto natural. Pensando que são ambos atos fisiológicos, que o corpo da mulher está supostamente preparado para isso, parece óbvio que não precisaria ser assim. Mas é.

Um claro demonstrativo dessa situação são os inúmeros relatos que a Flávia, do Astronauta, recebeu, de mulheres que enfrentaram dificuldades as mais diversas durante a amamentação. E, aparentemente, muitas delas sofreram com isso. Não pretendo julgar os variados motivos que levaram a essas dificuldades, muito menos culpabilizar as mães que não conseguiram amamentar. Mas sempre fica aquela dúvida: poderia ter sido diferente? Não sei, mas creio que em muitos casos poderia. O fato é que existe uma mistificação muito grande em torno da amamentação, que em nada contribui para mudar esse quadro.

Pensando nisso, me lembrei de um post muito instigante da Taís Vinha, a Ombudsmãe, cujo título não poderia ser mais polêmico: AMAMENTAR NÃO É UM ATO DE AMOR. E achei que seria bem pertinente aproveitar que a SMAM está terminando para divulgar esse post e lançar uma reflexão sobre os perigos da mistificação de um ato que, mais do que natural e fisiológico, é também cultural, algo que deveria ser incorporado, corporificado, absorvido pela sociedade como um todo, e não apenas pelas mulheres. Deveria se tornar um hábito, um costume, uma rotina, que, de tão comum e cotidiana, pudesse tornar-se novamente, quem sabe um dia, natural.

E você, o que pensa sobre isso? Vamos refletir juntas?

[Nessa mesma linha de reflexão, vale também a leitura desse outro post da Taís e desse post da Sam Shiraishi, sobre o que ela chama de "divinização do leite materno"]


A AMAMENTAÇÃO E OS DENTINHOS


:: DICA DA FERNANDA, MÃE DO PITOCO (mais conhecido como Pitos!)

A Fernanda, mãe de um pequeno suuuuper esperto e arteiro, mandou duas dicas muito boas, que eu mesmo apliquei (e ainda aplico) com meu Caio. A primeira fala sobre uma posição deliciosa para dar de mamar para bebês sem dentes (mas eu ainda uso, mesmo com o Caio cheio de dentes!) e a segunda fala sobre como lidar com as mordidas do seu mamífero cheio de dentes, sem desistir da amamentação. Essa dica é super bacana, porque quando eles começam a morder o peito é estranho... eu, pelo menos, fiquei bem insegura se iria conseguir continuar com a amamentação do meu pequeno de dentes afiados, como falei AQUI... Então, com a palavra, Fernanda:


Oi, Thaís! Sou Fernanda, mãe do Pitoco, do blog Mãe de Garoto. Tenho duas dicas sobre amamentação - uma para bebês sem dentes, outra para bebês com dentes.

Dica para bebês sem dentes - Experimente amamentar deitados na cama. Meu bebê sempre gostou, principalmente porque ficamos coladinhos um no outro. Ele fica tranquilo e, normalmente, pega no sono. Alguns pediatras são contra, porque o leite pode ir para o canal do ouvido, mas outros acreditam que há benefícios nisso porque o leite materno faz bem, mesmo para os ouvidinhos! (rs) Meu pequeno nunca teve problemas de ouvido, ao contrário, tem 9 meses, mama muito até hoje (cerca de 5 vezes ao dia) e sempre foi muito saudável.

Dica para bebês com dentes - É inevitável: os dentinhos começam a nascer, o pequeno fica com nervosinho na gengiva e a probabilidade dele morder seu peito é grande. Se isso acontecer, tire o mamá de sua boquinha, diga que não pode morder e fique uns 5 minutos sem oferecer o peito. Ele vai entender, acredite! Pode ser que ele te morda no dia seguinte, mas se você repetir, ele não fará mais! Funcionou comigo, mas só depois de três mordidas seguidas. Seja persistente! Afinal, seu mamífero cheio de dentes merece toda paciência do mundo!

COMENTÁRIO QUE VIROU DICA


A Flávia pediu, eu atendi. É que a Magá fez um comentário ótimo nesse outro post, e concordei com a Flá: merecia virar um post, mais uma dica em meio a esta semana tão intensa de postagens e blogagens sobre amamentação. Então, novamente, com a palavra, Magá:
Em relação às dicas da Pat, concordo com quase tudo. A alimentação saudável e o descanso são realmente fundamentais para uma boa produção de leite, sobretudo no começo. Mas, todas as evidências práticas apontam que o que realmente estimula a produção de leite é mais e mais amamentação. Quanto mais seu bebê mamar, mais leite você terá.

Por isso, exceto casos patológicos, qualquer mãe que tenha, desde o início, um processo tranquilo e correto de amamentação certamente terá leite suficiente para nutrir seu bebê. Quando ele estiver maior, depois dos 6 meses, sua alimentação será naturalmente complementada por outros alimentos e ele não tem porquê sentir fome. Não vale mesmo a pena sentir-se culpada por não ter leite. Afinal, nosso corpo está preparado pra isso e se algo não está indo bem é muito provável que tenha a ver com fatores externos (tensão, cansaço, etc).

Acho que vc concorda comigo, né, Tha? [SIM!!!!!!!!!]

Beijos e parabéns por todo esse empenho em trazer informação para as mamães!

VOLTA AO TRABALHO E AMAMENTAÇÃO



:: DICA DA LETÍCIA, MÃE DA LAURA


Voltar a trabalhar e prosseguir com a amamentação exclusiva é um grande desafio. No final da minha licença-maternidade, mesmo sabendo que eu só voltaria a trabalhar meio-período, eu fiquei muito angustiada e ansiosa, sofrendo por antecipação, sem saber se daria conta de prosseguir com a amamentação exclusiva, se me adaptaria a essa nova rotina de trabalhar e amamentar... Muitas mulheres passam por isso, daí a importância da dica que a Letícia enviou. E ela fala com conhecimento de causa: teve que voltar a trabalhar quando sua filha tinha apenas dois meses e meio, mas nem por isso deixou de amamentar, e sua experiência rendeu dicas importantes (para ler o relato de amamentação da Letícia, que também está a mil durante a SMAM, clique AQUI). Com a palavra, Letícia:

Minhas dicas para quem quer amamentar e tem que voltar a trabalhar são:

1) Negocie com o chefe os horários de amamentação e trabalho;
2) Procure um berçário pertinho do trabalho para que possa correr até lá nesses intervalos;
3) Compre, alugue ou peça emprestado uma bombinha elétrica (a manual não extrai em volume suficiente);
4) Após cada mamada, tire todo o leite de ambos os seios com a bombinha para garantir o suprimento nos momentos em que não conseguir estar presente fisicamente;
5) E a principal delas: diga não à mamadeira nesse período. Use copos de aprendizado com válvula para o bebê fazer força para sugar.

essa foto não é incrível?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

AMAMENTAÇÃO SAUDÁVEL


A Pat Feldman, mãe do Arthur e do projeto Crianças na Cozinha (que tem um site ótimo com o mesmo nome), está participando da blogagem coletiva convocada pela Denise Arcoverde, do blog Síndrome de Estocolmo, e fez um post com várias "dicas para uma amamentação saudável". Embora ao final do post ela fale sobre "leite insuficiente" e complementação, o que pode gerar polêmicas, as dicas que ela dá sobre alimentação da gestante e lactante são muito importantes, vale a leitura.

Para ver as dicas da Pat, clique AQUI.

QUARENTENA


:: DICA DA FLÁVIA, MÃE DO JOÃO (o famoso "Astronauta")

A Flávia (uma das primeiras mães blogueiras que conheci), além de estar fazendo uma linda campanha durante a SMAM 2009, arrumou um tempinho e mandou uma dica para nós. Ela fala sobre o recolhimento e descanso necessários para que o corpo da mãe se adapte a essa nova fase de dedicação intensa ao bebê, fundamentais para o sucesso da amamentação. Com a palavra, Flávia:

DICA: Quarentena

Sei que é uma palavra um pouco antiquada, mas pode resumir muita coisa que eu acho importante para uma história de amamentação bem sucedida.


Após o nascimento do bebê, o corpo da mãe estará trabalhando constantem
ente para que tudo volte ao lugar e, somando a esta revolução, está um serzinho de em média 50cm que necessita de cuidados constantes, muito peito, amor e carinho. Resumindo, a mãe se encontra em uma nova dimensão e no primeiro mês de adaptação para a nova família, ela deveria se dedicar exclusivamente a descansar, amamentar, se alimentar com qualidade e, se possível, com comidinhas que favoreçam a lactação, fazer passeios curtos com o bebê e dormir, amamentar, dormir e amamentar.

O recém nascido tem um estômago muito pequeno, necessita mamar quase sempre que esteja acordado, à livre demanda e insistindo e oferecendo o peito se o bebê não mostrar muito interesse (cada vez que o bebê mama, estimula a produção de ma
is leite).

A mãe necessita descansar, deixar que a cuidem, não se preocupar com absolutamente nada além de cuidar e alimentar o pequeno bebê (por isso a importância da dica da Dani, informação ANTES do parto, e saber a quem recorrer nas dificuldades iniciais da amamentação).

No primeiro mês "todo lo demas" pode esperar. Passada a "quarentena" tudo fica mais fácil, e pouco a pouco a mãe pode ir se reincorporando à vida normal, dependendo da necessidade de cada uma.

Taí minha dica 3 x 1 : Quarentena: Descansar – Alimentação saudável – Amamentar a livre demanda.

descanso delicioso

DE FARDO A PRAZER: UM RELATO DE AMAMENTAÇÃO


:: RELATO DA MAGÁ, MÃE DA CATARINA


Minha queridíssima amiga Magá, mãe da pequena Catarina, companheirinha do Caio, se empolgou com a idéia e, mais do que uma dica, escreveu um ótimo relato da sua experiência de amamentação. Acho que uma coisa bem bacana desse relato é que, além de mostrar superações de várias dificuldades, toca num ponto que poucas mulheres têm coragem de admitir: nem sempre amamentar é prazeiroso, ainda mais nos momentos iniciais. Acho muito legal a clareza dela sobre a mansa transformação de algo que, inicialmente, era quase um fardo, em um prazer tão grande que ela nem pensa mais em parar! Com a palavra, Magá:

Meu parto foi domiciliar, naturalíssimo. Catarina mamou imediatamente, dando início a um processo de amamentação correto, que me garantiu peitos fartos, jorrando leite a cada mamada. A enfermeira que fez meu parto, hoje minha amiga e conselheira, foi uma pessoa fundamental nas orientações, pra que tudo corresse bem – a tal da pega, a pomadinha milagrosa Lansinoh, que alivia as rachaduras...

No início, no entanto, a amamentação pra mim era um pouco pesada. Sem posição, com o bico do peito sempre muito sensível, a hora do mama era um tanto sofrida. Obrigação de mãe, muito consciente da importância do aleitamento, mas pouco envolvida com aquele prazer tão alardeado de dar o peito.

Catarina, segundo a pediatra, é uma menina com oralidade acentuada, ou seja, gosta (muito!) de sugar e, conseqüentemente, de ficar pendurada no peito. Por isso, a tarefa de fazê-la dormir era quase sempre minha: no peito, chupetando. Mais essa...

No natal, de tanto leite, sofri com um engurgitamento que me rendeu, além de muita dor, mais uma rachadura eternamente aberta. Mais dor. E eu lá, firme e forte. A tal da consciência...

Mas, eis que o prazer da amamentação veio se fazendo presente meio de mansinho, sem eu nem perceber. Na volta ao trabalho, o sofrimento já era outro: privar-me daquele momento que eu descobri que amava e substituí-lo por ordenhas de bombinha. Foi difícil. Mais difícil ainda foi a mastite, que me chegou com uma febre de 39º, em pleno carnaval. Peito duro, quente e vermelho. Herança da rachadura eternamente aberta, associada ao leite parado que a Catarina não mamou e que eu não ordenhei. Erro fatal para quem, como eu, produz leite pra dar e vender! Sim, meu maior problema é o excesso de leite e não a falta dele. Até hoje – minha bebê com quase 10 meses – sofro com engurgitamentos muito doloridos e com o incômodo do peito esguichando e encharcando a roupa cada vez que a pequenina começa a mamar.

Mas eu nem penso em parar. Continuo firme na livre demanda e a Catarina, apesar de tomar leite em pó quando eu não estou (raras vezes) e de comer super bem papinhas e frutinhas, também não dá sinais de que quer parar, não! E vamos nós! Agora ela já sabe pedir o mama: solta um vigoroso NENE!! E eu adoro!

Dica: prestar atenção nas orientações dos bons profissionais e recorrer a eles sempre que for preciso. Ter alguém de confiança, com quem podemos conversar e aliviar dúvidas e angústias é fundamental.

puro prazer

PEQUENOS RELATOS


Entre os emails que recebi para esta semana de blogagens coletivas sobre a amamentação, alguns não eram propriamente dicas, e sim "mini-relatos" das experiências de algumas leitoras queridas aqui do Aprendiz de Mãe. Então, hoje, vou postá-los de forma agrupada, para que dialoguem entre si...


:: MINI RELATO DA DANY, MÃE DO CAIO

A Dany foi mãe bem cedo (seu filhote - xará do meu - já tem 6 anos!), e teve que enfrentar muitos palpiteiros de plantão, como ela conta nesse mini relato. Com a palavra, Dany:

Bom, tenho um pouquinho para falar sobre amamentação, sim. Eu poderia dar mil dicas, mas as dicas encontramos na internet, nas revistas e etc. Vou contar um pouquinho como foi a minha experiência. Eu fui mãe bem novinha, aos 20 anos de idade, e todos achavam que eu teria dificuldade para "me virar" como mãe. Então, tive meu baby (Caio) e na maternidade comecei a amamentar. Eu não sabia muito o que fazer com aquele bebezinho pequenininho olhando para mim. A enfermeira, com toda a paciência do mundo, me ensinou a colocar o Caio na posição correta, a estimular a amamentação, não deixar ele dormir até que mamasse o suficiente. Na maternidade, eu me sentia segura por causa das enfermeiras. Em casa não foi diferente. O instinto maternal aparece! Incrível! O Caio mamava toda hora. Meus seios doeram um pouco sim, mas nada insuportável. Não faltou gente querendo "tacar mamadeira" no meu filho. "Ih, você é maluca! Dá uma mamadeira que ele vai dormir a noite toda!", "Complementa com mamadeira", "Leite de peito não sustenta". Ouvi tantas pessoas do contra, mas resisti bravamente. Amamentei meu bebê só no peito até os 4 meses. Ele nunca ficou com fome (conhecemos isso pela carinha de felicidade), a amamentação só fez crescer o vínculo mamãe-bebê, não gastei dinheiro com aquelas marcas de leite carérrimas, o leite estava sempre "pronto" (nada de ter que ir pra cozinha no meio da noite) e eu me sentia uma mãe muito completa alimentando a minha cria. Além do mais, eu sabia que estava ajudando meu filho na prevenção de várias doenças porque o leite materno contém todas as vitaminas que o bebê precisa. O que as pessoas precisam acreditar é que não existe leite fraco! Ele é produzido na medida certa com os "ingredientes" certos para o bebê. A amamentação é uma experiência muito gratificante e é lindo! Meu filho hoje tem 6 anos e o dia que eu tiver outro filho, farei tudo novamente.

Beijocas!!!
E viva a amamentação!!!


:: MINI RELATO DA VAL, MÃE DO ARTHUR

A Val, mãe do reizinho mais arteiro do pedaço, falou um pouco sobre a importância de persistir na amamentação, mesmo quando a vontade é de desistir. Com a palavra, Val:

Acho fundamental a amamentação, principalmente se ela puder ser exclusiva até os seis meses. O meu relato, não sei se é bem uma dica, é só um aviso para as mães de primeira viagem como eu sou: NÃO DESISTAM NUNCA e USEM SUTIÃ.

Ouvi muitas dicas antes do meu filho nascer. Umas interessantes, outras nem tanto. Não usei pomada preventiva, como me disseram, nem dei banho de sol nos meus seios. Pura displicência, eu sei, mas tive a sorte de meus seios não racharem. Agora, a dor que a gente sente nos primeiros dias é quase
insuportável. Pensei em desistir, em dar o leite artificial até a dor passar, mas minha mãe insistia bastante e eu continuei firme, pensando no bem que estava fazendo ao meu bebê. Se, depois que a gente tem um filho, tudo que fazemos é em prol dele, a amamentação também é. Só por ele, continuei. Só pela saúde dele, não parei. Ele, sozinho, por vontade própria, aos onze meses, quis deixar de amamentar meu momento exclusivo com ele. E eu sofri com esse desmame muito mais que ele.


:: MINI RELATO DA JAQUE, MÃE DE MAIS UM CAIO!

A Jaque mora na Austrália, e o relato dela é permeado por essa experiência de amamentar um filho naquele país. Entre outras coisas, ela fala sobre a importância de relaxar e ter confiança no nosso corpo. Com a palavra, Jaque:

Oi Thaís... Nossa, agosto parecia estar tão longe, mas aqui estamos!!! E a primeira semana de agosto é a semana mundial de aleitamento materno como você já disse. Então aqui vão minhas dicas/experiências.

Sei que é fácil falar - difícil fazer, mas acho que um bom conselho para mamães que estão começando ou vão começar a amamentar é relaxar. Lembre-se que tanto você quanto seu bebê estão aprendendo.


Pra mim amamentar não foi tão difícil, o
Caio nasceu quase um profissional em mamar e a parteira me ajudou bastante me dando várias dicas e um livrinho com perguntas frequentes e suas respectivas respostas, além de me apoiar psicologicamente.

Eu adoro ler e por isso quando estava grávida li vários livros sobre o assunto. Com a tecnologia de hoje em dia, você pode achar muitos artigos úteis online, o problema é que muitas vezes um artigo contradiz o outro e você não sabe no que acreditar. Nesse caso, escolha um site de confiança. Outro meio de tirar dúvidas é escrever suas perguntas e levá-las nas consultas com seu médico (escreva pra ter certeza de que não esqueceu nenhuma das perguntas, você sabe como o tal dos hormônios bagunçam nossa memória quando estamos grávidas/amamentando).


Aqui na Austrália muitas mães preferem dar aquele leite em pó para bebês ao invés de amamentar. Eu nunca entenderei porque elas não amamentam. Quando eu descobri que estava grávida, decidi que iria amamentar. É um dos presentes mais preciosos uma mãe pode dar. Algumas pessoas dizem que não conseguem (têm dificuldades), ou que não querem essa responsabilidade, ou simplesmente pensam que seios são nada mais do que objeto sexual. Amamentar não é sempre fácil, principalmente no começo, mas acho que nossos bebês merecem ser amamentados.

Eu nunca tive nenhu
m problema sério, a única coisa é que meus seios são grandes e quando meu leite chegou (uns 3 dias depois do Caio ter nascido) eles estavam tão pesados que eu mal podia levantar, minhas costas doíam e parecia que eu ia cair pra frente com o peso. O importante é que mesmo com as dificuldades iniciais você nunca desista. Acredito que a maioria das mulheres pode amamentar e os médicos têm muitos recursos para ajudar, se você tiver problemas.

Um dos desafios para algumas pessoas quando começam a amamentar é o fato de que o nosso até então "privado" peito vira um "objeto público". No começo eu tinha vergonha de amamentar em público, mas depois de um tempo percebi que não tem nada de mais, é natural! Se todo mundo come, bebe em lugares públicos, por
que meu bebê não poderia?? E amamentar é tão conveniente, não temos que nos preocupar em comprar ou esquentar leite. O melhor de tudo, meu bebê recebe todos os nutrientes necessários em um "produto" feito especialmente pra ele.

Na foto está meu Caiozinho, ainda no hospital, com 3 dias
de vida mamando.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

MAIS BLOGS NA SMAM 2009


Gente, essa blogosfera materna e mamífera é uma loucura!! Cada dia mais me impressiono, é tanta gente bacana, tantos blogs incríveis que até me perco. E essa Semana Mundial de Amamentação tem me levado a tantos posts interessantes, é meio que um portal sem fim, você entra em um blog, descobre outro e outro e outro... Uma coisa maluca, quase surreal mesmo. Mas tô achando demais, e conforme vou descobrindo, vou postando aqui, porque penso que essa é a idéia das chamadas "blogagens coletivas"... (talvez eu esteja meio deslumbrada, porque é minha primeira vez, mas é bom se deslumbrar de vez em quando, né não?)

Outros lugares por onde andei (além dos que já mencionei AQUI e AQUI), e que quero indicar aqui:

  • Adalene Sales - psicóloga cujo tema de pesquisa é a maternidade e a amamentação, está participando de uma blogagem coletiva durante a SMAM, com posts um pouco mais "técnicos" (não sei se posso chamar assim, mas não encontrei outra palavra melhor...), apresentando resultados de pesquisas, artigos, aspectos fisiológicos da amamentação, vídeos instrutivos etc.
  • Amamentando e alimentando um bebê com alergia alimentar - conheci esse blog hoje, através do Astronauta, e me impressionei muito! A Fernanda, mãe da Clara e da Isabela, está fazendo uma linda blogagem durante a SMAM, publicando "relatos de amamentar" - pequenas histórias de mães que amamentam seus bebês com alergia alimentar. Para mim, foi a descoberta de um novo universo de amamentação, que eu sinceramente não conhecia.
  • Blog da Evellyn - aproveitando a deixa da SMAM, a Evellyn, mãe da pequena Beatriz, escreveu um sincero relato da sua experiência com amamentação.
  • Futuro do Presente - a Ana Cláudia, que tem dois filhos e um enteado, postou um artigo bem interessante que detalha alguns aspectos não tão divulgados sobre o leite artificial, mais conhecido como "fórmula infantil", enquadrando-o como "junk food". Para pensar.
  • Luisa... Marina... Isabela... - a Carla, mãe de três meninas, fez um post curtinho, dedicado a SMAM, mas com fotos incríveis de amamentação que valem bem mais do que mil palavras!
  • Mamíferas - nem preciso dizer que sou fã delas, né? A Tata, a Kathy e a Kalu têm visões diferentes e complementares sobre gravidez, parto, maternidade, amamentação, e o blog delas foi muito importante na minha caminhada rumo a uma maternidade ativa. De certa forma, esse blog existe por causa delas: escrevi um post lá, como mamífera convidada, gostei da coisa e resolvi criar o aprendiz de mãe. Eu tava até estranhando elas não estarem participando da SMAM, mas hoje me deparei com o lindo post da Tata, que fala sobre a entrega que é amamentar um bebê. E até sexta as outras mamíferas postarão sobre o tema da amamentação também.
  • Síndrome de Estocolmo - eu não conhecia esse blog (vergonha!), e percebi que ele é uma referência na blogosfera quando o assunto é amamentação. A Denise Arcoverde, autora do blog e mãe da Bia, foi "a primeira responsável pela coordenação da Semana Mundial da Amamentação no Brasil (em 93!)", ou seja, de uma certa forma ela é meio responsável por isso tudo que têm rolado no país durante as SMAM de lá para cá! E desde 2006 ela vem promovendo blogagens coletivas na Semana, todas com adesão bem bacana! O blog tem postagens excelentes sobre o tema da amamentação, e está promovendo a blogagem coletiva novamente! Ainda dá tempo de participar, passem .

Afe! É tanta coisa... Mas por isso mesmo quis linkar aqui, para podermos ler um por um, com calma, sempre que quisermos. Aproveitemos as leituras!


terça-feira, 4 de agosto de 2009

BLOGS MATERNOS NA SMAM 2009


Bom gente, agora acho que a coisa vai engrenar por aqui, pois estou de volta ao meu querido lar! Adoro viajar, mas adoro mais ainda voltar para casa!!!

Estou organizando as dicas, e postando meio que por 'temas' em comum, como fiz com as três primeiras já postadas por aqui. Já tenho várias dicas bacanas para postar até o fim da semana, mas sempre cabe mais uma. Querendo, é só enviar: aprendizdemae@blogspot.com.

Além das dicas, tenho recebido também alguns relatos ou links de postagens relativas à idéia da blogagem coletiva durante a SMAM, ou sobre o tema da amamentação. Também estou tentando atualizar aos poucos minha leitura dos blogs maternos que tanto adoro, e vi que tem muita gente falando do assunto. Então, seguem alguns outros links, além dos ótimos que já postei aqui, que também valem a pena ser visitados:

  • Coisa de Mãe - a Chris publicou umas matérias bem interessantes sobre aleitamento no país;
  • Danielices - a Dani têm vááários posts bacanas sobre a amamentação, incluindo o relato que ela postou agora, durante a SMAM;
  • Devaneios de Mãe - a Elen me mandou esse relato, contando das "desventuras" dela com a amamentação das suas duas filhotas. Ela quer divulgar sua experiência "para que outras mamães não comentam os mesmos erros de cálculo", como ela mesma disse no post;
  • Mãe em conta gotas - também recebi esse relato da Sheila, que fez um post bacana contando seus medos e soluções em relação à amamentação;
  • Materna - muita informação de qualidade sobre a amamentação, em especial durante a SMAM;
  • Materna Japão - além de divulgar informações muito bacanas sobre o tema, a Rosana e a Thaís fizeram um vídeo lindo com imagens de mães amamentando (a minha foto com o Caio está lá!), e estão fazendo um sorteio durante a SMAM;
  • Maricotinha na Janela - A Ana ainda nem nasceu, mas a Mari, antenada que é, já está super informada sobre amamentação, e fez dois posts bem interessantes sobre o assunto, do ponto de vista de quem ainda não passou pela experiência;
  • Meu projetinho de vida - a Roberta, mãe da Luíza, resolveu aproveitar a SMAM para compartilhar sua história de amamentação, que teve um início bem difícil mas terminou super vitoriosa;
  • Piscar de Olhos - a Roberta fez um post ótimo com várias informações e dicas preciosas sobre amamentação, a partir de uma entrevista com uma psicóloga que há 34 anos trabalha com gestantes;

Além de todos esses, o Mamys Blogs, diretório de blogs maternos em língua portuguesa, também está chamando uma blogagem coletiva durante a SMAM, temperada com um sorteio de uma linda bebêchila para quem participar! Além das postagens informativas sobre a SMAM e o tema da amamentação, recomendo, em especial, a leitura do relato de amamentação da Sarah que as meninas do Mamys publicaram lá também.

Então, agora, essa blogagem é duplamente coletiva! Eita mulherada porreta!